ATA DA QUADRAGÉSIMA QUINTA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 06-6-2007.

 


Aos seis dias do mês de junho do ano de dois mil e sete, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas foi realizada a chamada, respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Dr. Raul, Guilherme Barbosa, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Márcio Bins Ely, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti e Neuza Canabarro. Constatada a existência de quórum, a Senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Maria Luiza, Mario Fraga, Nereu D'Avila, Newton Braga Rosa, Nilo Santos, Professor Garcia, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Aldacir Oliboni, o Pedido de Providência nº 1488/07; pelo Vereador Claudio Sebenelo, os Pedidos de Providência nos 1490, 1491, 1492, 1493, 1494 e 1495/07; pelo Vereador Dr. Goulart, o Projeto de Lei do Legislativo nº 083/07 (Processo nº 2648/07), o Projeto de Resolução nº 013/07 (Processo nº 0015/07); pelo Vereador Ervino Besson, o Projeto de Lei do Legislativo nº 052/07 (Processo nº 1641/07); pelo Vereador José Ismael Heinen, o Projeto de Lei do Legislativo nº 072/07 (Processo nº 2373/07); pelo Vereador Márcio Bins Ely, o Pedido de Providência nº 1489/07; pela Vereadora Maria Luiza, as Indicações nos 052, 053 e 054/07 (Processos nos 3525, 3526 e 3527/07, respectivamente); pelos Vereadores Newton Braga Rosa e Ervino Besson, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 011/07 (Processo nº 2610/07); pelo Vereador Professor Garcia, o Pedido de Informação nº 090/07 (Processo n° 3566/07); pela Vereadora Sofia Cavedon, o Projeto de Lei do Legislativo nº 085/07 (Processo nº 2719/07). Na ocasião, os Vereadores Adeli Sell e João Carlos Nedel manifestaram-se a respeito do Projeto de Lei do Legislativo nº 052/07, apregoado na presente Sessão. Ainda, foram apregoados os Memorandos nos 144 e 148/07, firmados pela Vereadora Maria Celeste, Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre, por meio dos quais Sua Excelência informa as Representações Externas deste Legislativo, respectivamente, da Vereadora Neuza Canabarro, no dia cinco de junho do corrente, às quinze horas, no lançamento do Projeto “Árvore é Vida”, no Parque Marinha do Brasil, e do Vereador João Carlos Nedel, hoje, às doze horas e quinze minutos, na reunião-almoço “Tá na Mesa”, na Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul – FEDERASUL. Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 3843, 4216, 4674, 5060, 5234 e 5261/07, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1a Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 071, 079, 086 e 081/07, este discutido pelos Vereadores João Antonio Dib e Guilherme Barbosa, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 007/07, discutido pelo Vereador Guilherme Barbosa; em 2a Sessão, os Projetos de Resolução nos 041, 046 e 049/07, os Projetos de Lei do Legislativo no 063/07, discutido pelos Vereadores Professor Garcia, Carlos Comassetto e Adeli Sell, e 069/07, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 009/07, discutido pelo Vereador Professor Garcia; em 3a Sessão, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 005/02, o Projeto de Lei do Legislativo nº 065/07. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Adeli Sell manifestou-se sobre a discussão do Projeto Portais da Cidade e aludiu à participação do Senhor José Carlos Grafite Xavier, Secretário Nacional de Transporte e da Mobilidade Urbana, em reunião destinada a tratar do tema. Também, abordou a greve dos municipários, opinando que a Prefeitura não está negociando com esses funcionários com a agilidade necessária e avaliando que, dessa forma, o conflito entre os servidores e o Governo intensifica-se. Na ocasião, foi apregoado o Memorando nº 150/07, firmado pela Vereadora Maria Celeste, Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre, por meio do qual Sua Excelência informa que o Vereador Dr. Raul se encontra representando externamente este Legislativo na Solenidade de Lançamento do Projeto “Educação Ambiental e Território” e da Cartilha de Educação Ambiental, hoje, às quinze horas no Salão Nobre do Paço dos Açorianos. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Professor Garcia discutiu as negociações relativas às reivindicações dos municipários, mencionando as propostas apresentadas pela Prefeitura e criticando a participação da Vereadora Maria Celeste, na condição de Presidenta da Casa, nas mobilizações promovidas pelos servidores. Igualmente, apoiou a greve realizada por essa categoria, ponderando que as partes envolvidas devem buscar o resultado que for mais conveniente para todos. Na ocasião, a Senhora Presidenta prestou esclarecimentos acerca de sua não-participação, hoje, em manifestações realizadas pelos municipários em greve, conforme afirmações feitas no pronunciamento do Vereador Professor Garcia, em Comunicação de Líder. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Sebastião Melo apoiou a política salarial seguida pelo Prefeito José Fogaça, analisando dados referentes às verbas orçamentárias que hoje possui o Poder Executivo para aplicação em investimentos na Cidade. Nesse sentido, teceu considerações acerca do movimento grevista empreendido pelos municipários de Porto Alegre, propugnando pelo término dessa paralisação, para que sejam garantidos os serviços públicos a que tem direito a comunidade. O Vereador José Ismael Heinen aludiu à política de pessoal vigente no Município, destacando a necessidade de que os reajustes salariais concedidos aos municipários sejam estendidos também aos servidores aposentados. Ainda, relatou solenidade realizada hoje na Casa, quando foi inaugurada Placa denominando Soldado Expedicionário Arthur Lourenço Stark o acesso de veículos a esta Câmara, e discorreu sobre a atuação da Força Expedicionária Brasileira durante a Segunda Guerra Mundial. O Vereador Dr. Goulart reportou-se à interdição ocorrida no Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul, comentando a participação da Câmara Municipal de Porto Alegre na busca de soluções que viabilizem o retorno do atendimento médico ali oferecido à população. Sobre o assunto, citou documento elaborado por Vereadores deste Legislativo, a ser entregue ao Prefeito José Fogaça, em defesa dos funcionários do Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul e pela agilidade nas obras de reforma do local. O Vereador Newton Braga Rosa, mencionando congressos médicos de abrangência nacional, a serem realizados em Porto Alegre nos próximos meses, destacou esse tipo de atividade como uma importante forma de se incrementar o turismo na Cidade. Além disso, registrou o estágio avançado em que se encontram as obras de construção do Conduto Álvaro Chaves-Goethe, elogiando a execução desse empreendimento e frisando que ele deve ser concluído antes do prazo previsto inicialmente. O Vereador Ervino Besson relatou visita realizada ontem por integrantes da Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação à Vila A. J. Renner, na Zona Norte, para tratar da liberação de casas indevidamente ocupadas naquela comunidade. Ainda, aplaudiu a denominação do Acesso Soldado Expedicionário Arthur Lourenço Stark e a proposta de ser realizada homenagem, no Monumento ao Expedicionário, no Parque Farroupilha, aos soldados brasileiros mortos na Segunda Guerra Mundial. O Vereador Claudio Sebenelo referiu-se à inauguração, ontem, do Teatro Bourbon Country, enaltecendo a qualidade artística demonstrada pelos participantes do espetáculo de abertura desse ambiente. Nesse sentido, ressaltou a relevância da criação de mais um teatro de alta qualidade para o desenvolvimento cultural de Porto Alegre, congratulando a Companhia Zaffari pela construção e disponibilização desse espaço para a Cidade. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e aprovado Requerimento verbal formulado pela Vereadora Maria Celeste, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Na ocasião, o Vereador João Antonio Dib manifestou-se em relação a declarações do Senhor Jonas Greb, realizadas durante a transmissão de ontem do programa “Santos, Sempre Santos”, da Rádio Trianon AM, de São Paulo-SP. Em Votação Nominal, foi rejeitado o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 025/05, considerando-se mantido o Veto Total a ele aposto, por doze votos SIM e onze votos NÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Márcio Bins Ely, Sebastião Melo, João Antonio Dib, Luiz Braz, José Ismael Heinen e Adeli Sell, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Guilherme Barbosa, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste, Sebastião Melo e Sofia Cavedon e Não os Vereadores Ervino Besson, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Maristela Meneghetti, Neuza Canabarro, Newton Braga Rosa e Professor Garcia. Na oportunidade, o Vereador José Ismael Heinen formulou Requerimento verbal, solicitando a retirada de termos constantes no pronunciamento do Vereador Adeli Sell, no encaminhamento à votação o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 025/05, tendo se manifestado a respeito o Vereador Adeli Sell. Em Discussão Geral, 1ª Sessão, esteve o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 002/06, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, Sofia Cavedon, Adeli Sell, Nereu D'Avila e Luiz Braz. Durante a apreciação do Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 002/06, o Vereador Carlos Todeschini cedeu seu tempo de discussão à Vereadora Sofia Cavedon. Na ocasião, a Senhora Presidenta registrou o transcurso do aniversário, hoje, do Vereador Dr. Raul, procedendo à entrega, em nome da Mesa Diretora, de um cartão de felicitações a Sua Excelência. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Resolução nº 096/06, por vinte e seis votos SIM, em votação nominal solicitada pela Vereadora Maria Celeste, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Dr. Raul, Elói Guimarães, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Márcio Bins Ely, Margarete Moraes, Maria Celeste, Mario Fraga, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Nereu D'Avila, Newton Braga Rosa, Professor Garcia, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. Ainda, a Senhora Presidenta registrou a intenção do Vereador Ervino Besson de participar da votação do Projeto de Resolução nº 096/06. Em Votação, esteve o Requerimento nº 065/07. Na ocasião, o Vereador Professor Garcia formulou Requerimento verbal, solicitando a verificação de quórum. Ainda, os Vereadores Sofia Cavedon, Professor Garcia, Maristela Maffei, João Antonio Dib e Marcelo Danéris manifestaram-se acerca da participação deste Legislativo nas negociações entre o Governo Municipal e o Sindicato dos Municipários de Porto Alegre – SIMPA –, relativamente à greve realizada pelos servidores públicos municipais. Também, a Senhora Presidenta informou que, a seguir, a Mesa Diretora e o Colégio de Líderes receberiam a Diretoria do SIMPA no Salão Nobre Dilamar Valls Machado, tendo, posteriormente, a Senhora Presidenta informado que Sua Excelência, o Colégio de Líderes e integrantes da Diretoria do SIMPA se deslocariam para o Paço Municipal, a fim de participar de reunião com o Senhor Prefeito Municipal, relativamente à greve dos municipários. Na oportunidade, os trabalhos estiveram suspensos das dezesseis horas e cinqüenta e cinco minutos às dezessete horas e cinco minutos e das dezessete horas e oito minutos às dezoito horas e um minuto, nos termos regimentais. Às dezoito horas e dois minutos, a Senhora Presidenta declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelas Vereadoras Maria Celeste e Maristela Meneghetti e secretariados pelo Vereador João Carlos Nedel. Do que eu, João Carlos Nedel, 2º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelo Senhor 1º Secretário e pela Senhora Presidenta.

 

 


A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Adeli Sell está com a palavra.

 

O SR. ADELI SELL (Requerimento): Presidenta Maria Celeste, foi lida a ementa de um Projeto de Lei que denomina um recanto de José Lutzenberger. Eu queria que fosse feita uma diligência junto à Diretoria Legislativa, porque, como já existe um espaço de praça, de área de preservação com este nome, parece-me que poderia ser um arruamento, uma escola ou alguma coisa do tipo, mas não o mesmo tipo de logradouro.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Com certeza serão levadas em consideração as suas argumentações. O Ver. João Carlos Nedel quer falar sobre o Projeto.

 

O SR. 2º. SECRETÁRIO (João Carlos Nedel): O Projeto de Lei diz na sua ementa (Lê.): “Cria o Recanto Ecológico José Antônio Lutzenberger, a ser erigido no Parque Marinha do Brasil. Art. 1 º - Fica criado o Recanto Ecológico José Antônio Lutzenberger, a ser erigido no Parque Marinha do Brasil. Parágrafo único. O Recanto deverá ser constituído de ornamentação que compreenda jardins, árvores, plantas, bancos e uma escultura em pedra, contendo inscrição alusiva ao trabalho do homenageado. Art. 2 º - A área de que trata o art. 1º desta Lei será erigida sem despesas para o Município. Art. 3º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação”.

Lemos, também, o Memorando nº 144 do Gabinete da Presidência. Informamos que a Verª Neuza Canabarro estará representando a Casa no lançamento do Projeto ‘Árvore é Vida’, a realizar-se no dia 5 de junho, às 15 h, no Parque Marinha do Brasil, Largo da Saudade”.

Também informamos que o Ver. João Carlos Nedel estará representando a Casa na reunião-almoço ‘Tá na Mesa’, a realizar-se no dia 6 de junho de 2007, às 12h15min,  na Federasul”. O documento está assinado pela Verª Maria Celeste, Presidenta da Casa.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. Nº 2317/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 071/07, de autoria da Verª Clênia Maranhão, que denomina Praça Júlio Marino de Carvalho o logradouro público não-cadastrado, conhecido como Praça 7061 – Loteamento Hípica Boulevard -, localizado no bairro Aberta Morros. (Este projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)

 

PROC. Nº 2553/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 079/07, de autoria da Verª Neuza Canabarro, que altera a ementa e o art. 1º da Lei nº 9.222, de 6 de janeiro de 2006, que institui, no Município de Porto Alegre, no período de 08 a 14 de setembro de cada ano, a Semana Cidade Limpa, alterando o período de realização do evento e estabelecendo seu objetivo.

 

PROC. Nº 2604/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 081/07, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que oficializa, no  Município de Porto Alegre, o Dia das Mães, a ser comemorado no segundo domingo do mês de maio de cada ano, que passa a integrar o Calendário Oficial de Eventos do Município de Porto Alegre, e dá outras providências.

 

PROC. Nº 1348/07 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 007/07, de autoria da Verª Neuza Canabarro, que altera os arts. 21, 34 e 35 da Lei Complementar nº 170, de 24 de dezembro de 1987, e alterações posteriores, desconsiderando como erro a diferença que não ultrapassar 3% (três por cento) no volume de água medido pelo hidrômetro, obrigando o DMAE – Departamento Municipal de Água e Esgotos – a creditar ao usuário o valor excedente cobrado no período em que o hidrômetro tenha funcionado com defeito, determinando a cobrança de água consumida e de captação de esgoto sanitário de acordo com o uso do serviço e proibindo a cobrança da tarifa de esgoto sanitário aos usuários que não possuam rede pública cloacal à sua disposição, e revoga os arts. 2º e 4º da Lei Complementar nº 206, de 28 de dezembro de 1989, excluindo a cobrança e o repasse da tarifa de esgoto decorrente do uso da rede pluvial para esgotamento sanitário.

 

PROC. Nº 2729/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 086/07, de autoria do Ver. Newton Braga Rosa, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Irmão Joaquim Clotet Martí.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. Nº 1763/07 - PROJETO RESOLUÇÃO Nº 041/07, de autoria da Verª Maria Luiza, que altera o § 2º do art. 170 da Resolução nº 1.178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores, que aprova o Regimento da Câmara Municipal Porto Alegre, concedendo à Comissão, na impossibilidade de manifestar-se quanto à emenda durante a suspensão dos trabalhos, prazo para a emissão de parecer e excluindo a possibilidade da dispensa de envio das emendas para apreciação por essa Comissão.

 

PROC. Nº 1841/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 063/07, de autoria do Ver. Professor Garcia, que acrescenta art. 11-A na Lei nº 2.758, de 4 de dezembro de 1964, e alterações posteriores, e art. 3º-A na Lei nº 3.790, de 5 de setembro de 1973, e alterações posteriores, e altera o art. 6º da Lei nº 4.187, de 26 de novembro de 1976, e alterações posteriores, obrigando a instalação de condicionadores de ar nos veículos que vierem a ingressar no sistema de transporte público de passageiros por ônibus, táxi ou lotação no Município de Porto Alegre e dando outras providências.

 

PROC. Nº 2218/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 069/07, de autoria do Ver. Luiz Braz, que institui, na rede pública municipalizada do Sistema Único de Saúde (SUS), a obrigatoriedade da disponibilização do exame de dosagem sérica do antígeno prostático específico (PSA) a todo cidadão com mais de 40 (quarenta) anos de idade e dá outras providências.

 

PROC. Nº 2503/07 - PROJETO DE LEI  COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 009/07, de autoria do Ver. Professor Garcia, que altera o art. 50 da Lei Complementar nº 170, de 31 de dezembro de 1987, e alterações posteriores, que revoga a Lei Complementar nº 32, de 07/01/77, estabelece normas para instalações hidrossanitárias e serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário prestados pelo Departamento Municipal de Água e Esgotos, e dá outras providências, reduzindo os valores percentuais para a cobrança de multa e juros de mora na falta de pagamento das contas.

 

PROC. Nº 2156/07 - PROJETO RESOLUÇÃO Nº 046/07, de autoria da Verª Margarete Moraes, que institui o Projeto Cultural 2007 – Duzentos Anos do Parque Farroupilha, alusivo à comemoração dos duzentos anos da doação, pelo Estado do Rio Grande do Sul, de área verde ao Município de Porto Alegre, destinada à instalação do Parque Farroupilha, e dá outras providências. Com Emendas nºs 01, 02 e 03.

 

PROC. Nº 2741/07 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 049/07, de autoria do Ver. Claudio Sebenelo, que concede o Prêmio de Educação Thereza Noronha à Professora Maria Célia Jardim Porto.

 

3ª SESSÃO

 

PROC. Nº 2734/02 - PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 005/02, de autoria do Ver. Marcelo Danéris, que altera o art. 12 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre. (bens públicos municipais) Com Emenda nº 01.

 

PROC. Nº 1947/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 065/07, de autoria do Ver. Elias Vidal, que institui monumento em homenagem aos clubes Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense e Sport Club Internacional, campeões do mundo, e dá outras providências.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, minhas senhoras e meus senhores, quando eu iniciava o meu segundo mandato nesta Casa, eu fiz uma proposição para que, anualmente, na quinta-feira que antecedesse o Dia das Mães, a Casa fizesse uma Sessão Solene de homenagem às mães, e, naquele ano, foi feita com a presença das mães de todos os Vereadores que ainda tinham mães vivas e que estavam em Porto Alegre. Depois até fizemos uma visita, ao cemitério, àquelas mães que estavam já nos braços de Deus. Desde então, a Câmara tem feito, anualmente, essa solenidade em homenagem às mães, e este ano eu estou propondo, de acordo com o Executivo, que se torne uma data oficial o Dia das Mães, que é o segundo domingo do mês de maio, uma data oficial do Município, que fará a comemoração. É que no próximo ano, em 2008, Porto Alegre fará 90 anos de comemoração do Dia das Mães. Eu não tenho dúvida nenhuma de que a célula mais importante da sociedade é a família, e a peça mais importante da família é a mãe, e a mãe deveria ser lembrada não só no Dia das Mães, mas todos os dias, com o respeito e o carinho que os filhos devem tributar às suas mães, que estão sempre preocupadas com o nosso futuro, considerando sempre que nós somos crianças que precisam ser cuidadas. Até morrer, aos 95 anos, a minha mãe falava comigo como se eu fosse um menino.

Na Exposição de Motivos, eu faço questão de ler um trecho que eu reproduzi e que diz o que toda mãe gostaria de dizer aos seus filhos (Lê.): “Meu filho, eu lhe dei a vida, mas não posso vivê-la por você. Eu posso mostrar-lhe caminhos, mas não posso estar neles para liderar você. Eu posso levá-lo à Igreja, mas não posso fazer com que tenha fé. Eu posso mostrar-lhe a diferença entre o certo e o errado, mas não posso sempre decidir por você. Eu posso lhe comprar roupas bonitas, mas não posso fazê-lo bonito por dentro. Eu posso lhe dar conselhos, mas não posso segui-los por você. Eu posso ensiná-lo a partilhar, mas não posso fazê-lo generoso. Eu posso aconselhá-lo sobre amigos, mas não posso escolhê-los por você. Eu posso informá-lo sobre álcool e drogas, mas não posso dizer ‘não’ por você. Eu posso falar-lhe sobre o sucesso, mas não posso alcançá-lo por você. Eu posso orar por você, mas não posso impor-lhe Deus. Eu posso falar-lhe da vida, mas não posso dar-lhe vida eterna. Eu posso alertá-lo sobre o sexo seguro, mas não posso mantê-lo puro. Eu posso ensinar-lhe o respeito, mas não posso forçá-lo a ser respeitoso. Eu posso dar-lhe amor incondicional por toda a minha existência, e isto eu farei”. E é isto que as mães fazem: têm preocupação constante com os seus filhos.

Queremos, com este Projeto, que no próximo ano a Prefeitura e a Câmara possam fazer uma belíssima festa, no Dia das Mães, juntamente com a ACM, que no próximo ano completará 90 anos comemorando a data. E que essa data seja sempre comemorada, fazendo com que os filhos se lembrem que as mães devem ser amadas e queridas todos os dias, e não apenas no segundo domingo de maio. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Verª Maria Celeste, nossa Presidenta; colegas Vereadores e Vereadoras, demais pessoas que nos acompanham, na primeira leitura do Projeto do Ver. João Dib a gente se espanta um pouco, porque a redação diz que oficializa, no Município de Porto Alegre, o Dia das Mães, a ser comemorado no segundo domingo do mês de maio de cada ano. Ao ler rapidamente esta expressão, a gente concluiria, de forma apressada, que o Ver. João Dib gostaria de decretar, no Município de Porto Alegre, o Dia das Mães no segundo domingo de maio. Evidentemente, seria uma absoluta ociosidade, na medida em que essa é uma das datas mais tradicionais que existem, talvez, no universo. Mas quem ouviu a explicação do Ver. Dib e quem já tinha lido com mais atenção o Projeto verifica que o objetivo dele, na verdade, é incluí-lo como evento oficial comemorativo no Município de Porto Alegre, e não, realmente, decretar que o segundo domingo de maio seja o Dia das Mães. Dessa maneira, eu acho que nenhum de nós, com certeza, será contra. Na verdade, estaremos dando uma possibilidade maior de comemoração oficial a esse dia, a partir deste Projeto.

Venho também debater um Projeto, em 1ª Sessão, da Verª Neuza Canabarro, o PLCL nº 007/07, que determina que diferenças de cobranças na tarifa da água, caso haja algum erro, sejam devolvidas ao consumidor. Até aí, acho uma postura interessante.

E o Projeto vai mais adiante: determina a proibição da cobrança da tarifa de esgoto sanitário aos usuários que não possuam rede pública cloacal à sua disposição, e revoga os artigos 2° e 4° da Lei Complementar n° 206, de 28 de dezembro de 1989, excluindo a cobrança e o repasse da tarifa de esgoto decorrente do uso da rede pluvial para esgotamento sanitário. Esse outro aspecto do Projeto de Lei da Verª Neuza Canabarro, sim, tem uma repercussão muito grande nos recursos do Departamento de Esgoto Pluvial. A cidade de Porto Alegre, como muitas cidades do Brasil, tem como definição técnica para o esgoto cloacal e o esgoto pluvial a existência de redes diferentes, o que se costuma chamar de “separador absoluto”. Embora, em muitos países da Europa, seja usada uma rede única para fazer a coleta dos dois esgotos, com encaminhamentos diferenciados - claro, o esgoto cloacal indo para tratamento -, Porto Alegre, apesar de estar num país de recursos escassos, optou por ter separador absoluto: uma rede para o esgoto cloacal, outra rede para a drenagem. Ocorre que a Cidade, na sua integralidade, ainda não tem as duas redes; a Cidade não tem na totalidade, ainda, a rede do pluvial, da drenagem, mas essa é muito maior, em percentual, do que a rede cloacal, Dr. Raul. É tradição na Cidade que enquanto não chega - e, felizmente, tem crescido essa rede - a rede do esgoto sanitário nas localidades, o esgotamento sanitário seja feito também pela rede do pluvial, pela rede da drenagem. Ora, a existência do esgoto cloacal, por causar gases, e assim por diante, faz com que a rede do pluvial tenha uma vida útil menor. Com esse entendimento é que se propôs, em 1989, a Lei de cobrança do esgoto cloacal com o mesmo valor daquelas residências que têm na sua frente a rede cloacal, a rede fina do DMAE com 15 centímetros de diâmetro. E essa tarifa é passada, na totalidade, para o Departamento de Esgotos Pluviais, porque é exatamente ele que tem que fazer reposição na rede que tem uma vida útil menor, quando faz esgotamento sanitário. Portanto – já encerro, Srª Presidente –, o Projeto da Verª Neuza vai criar um impacto financeiro muito grande, afirmo com certeza, para o Departamento de Esgotos Pluviais; e vejo que não há uma reclamação da população de Porto Alegre quanto a isso. A reclamação é que às vezes não há nenhuma das redes, e, por algum erro dos dois Departamentos, é cobrada a tarifa, o que tem evidentemente que ser corrigido imediatamente. Mas ninguém reclama desse serviço, e vai gerar um impacto muito grande ao Departamento de Esgotos Pluviais. Portanto, acho que esse é um aspecto do Projeto de Lei da Verª Neuza que tem que ser debatido com muito cuidado e com muita atenção. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Srª Presidenta, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos assiste, estão tramitando em 2ª Sessão de Pauta dois Projetos de nossa autoria, e eu gostaria de discuti-los um pouco com os colegas Vereadores.

O primeiro é relativo a uma alteração da Lei Complementar nº 170, de 31 de dezembro de 1987, ou seja, uma Lei que tem 20 anos, e essa Lei, por sua vez, já alterou uma Lei de 1977, uma Lei de 30 anos atrás que estabelece normas para instalações hidrossanitárias e serviço público, abastecimento de água, esgotamento sanitário, prestados no Município, de águas e esgotos e dá outras providências, reduzindo os valores percentuais para cobrança de multa e juros de mora de pagamento das contas. É um caput enorme, mas eu quero sintetizar dizendo que, na realidade, hoje, no Município de Porto Alegre, qualquer usuário que atrasar as suas contas de água fica pagando uma multa de 5% ao mês e mais 1% de juro de mora. Ora, no nosso País, que no ano passado teve uma inflação de 2,96%, ou seja, menos de 3%, é inadmissível para qualquer família, ao não poder pagar a sua conta de água, a partir de um dia, ter uma multa de 5%, e mais 1% de juros de mora.

O que este Vereador está propondo? Hoje, com relação à própria questão dos aluguéis, que teve uma alteração também, estamos propondo que seja uma multa de 2%, e 0,5% de juros de mora. Entendemos que é uma forma de se fazer justiça social, porque a gente reclama que os bancos, quando entramos no cheque especial, cobram 8%, 9%, 10%; portanto, por uma conta de água que não pôde ser paga, então se pagará 5% de juros! No nosso entendimento isso é inadmissível.

Estamos fazendo uma discussão com o Executivo - queremos fazer essa discussão aqui no Legislativo com os Srs. Vereadores e com as Sras. Vereadoras - e obtivemos um outro levantamento: hoje, em Porto Alegre, mais de 70 mil famílias têm normalmente as suas contas atrasadas todos os meses, porque não conseguem honrar, na hora, os seus compromissos. Algumas famílias demoram dois meses para pagar, outras pagam no outro mês, e assim vão levando; sabemos das dificuldades, hoje, que uma família tem de manter todas as suas contas em dia.

Então, gostaria que os Senhores e as Senhoras tivessem um carinho, um olhar especial para este Projeto porque entendemos que é uma forma de se fazer justiça social, ou seja, a redução de um juro de 5% para 2%, e o juro de mora de 1% para 0,5%.

Sobre o outro Projeto – não tenho muito tempo, porque tenho apenas um minuto e vou voltar a falar ainda na próxima Sessão –, é que nós estamos propondo a instalação de condicionadores de ar em todos os veículos do sistema de Porto Alegre: lotação, táxi e ônibus. Sabemos que é um Projeto ousado, é um Projeto que envolve discussão, pode ter impacto na tarifa, talvez, e o que nós estamos fazendo é apresentá-lo para os Vereadores, para a nossa população da Cidade, para que possamos fazer uma discussão por intermédio de várias audiências públicas. Entendemos que este Projeto também vem dimensionar, porque, principalmente nas temporadas de outono e primavera, num só dia, às vezes, temos alterações climáticas que variam 15 ou 20 graus; sem contar que no verão, as nossas temperaturas chegam acima de 40 graus e, no auge do inverno, temos temperaturas de dois, três graus; e há quem diga que a sensação térmica, às vezes, é abaixo de um grau.

Então apresentamos esses dois Projetos, de forma fraterna, para que os Vereadores possam começar a fazer uma discussão, tomar os seus posicionamentos para que mais tarde, então, possamos votar. Obrigado, Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti.

(Não revisado pelo orador.)

 

(A Verª. Maristela Meneghetti assume a presidência dos trabalhos.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada ao Ver. Professor Garcia.

O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; colegas Vereadores e Vereadoras, quero contribuir com o debate e trazer a discussão fraterna ao colega Ver. Professor Garcia, até porque já iniciei esta discussão, na Sessão passada, a respeito deste Projeto que o Ver. Professor Garcia apresenta, através de um Projeto de Lei, que determina que sejam colocados condicionadores de ar no sistema de transporte público de Porto Alegre.

Repito aqui o que já disse na Sessão passada: tem mérito sob o ponto de vista de apresentar a possibilidade de uma afirmação da qualidade no sistema de transporte público coletivo. Porém, todos nós sabemos que essa é uma medida de gestão administrativa; não basta ter vontade política, na gestão pública municipal, que isso está resolvido. E falo isso, Ver. Professor Garcia, porque temos uma análise crítica da atual condução da qualidade do sistema do transporte público na cidade de Porto Alegre, porque os condicionadores de ar nos ônibus de transporte coletivo foram introduzidos, sim, há alguns anos. E a atual gestão está comprando os transportes coletivos sem condicionadores de ar; sem os equipamentos para a não-emissão de poluentes; retirando os motores da traseira dos ônibus e colocando-os na dianteira, novamente; comprando os ônibus com o percentual menor do que a Lei exige para as pessoas portadoras de deficiência – isso tudo é relato do Secretário Senna a respeito da postura da Secretaria Municipal, da EPTC e da Carris. Volto a dizer aqui: acho que há mérito no que o Professor Garcia traz, mas há a contradição política, porque ele representa, aqui, a atual gestão, do Governo Fogaça. E se o Governo Fogaça está desconstituindo a qualidade do transporte coletivo, por que um Vereador da base apresenta um Projeto para querer torná-la realidade? O seu Governo deveria apresentar isso na qualidade. Moradores da Hípica comentam que quando vão pegar um ônibus na Av. Edgar Pires de Castro, ninguém consegue, porque o ônibus já vem lotado da Restinga, passa lotado.

 

O Sr. Guilherme Barbosa: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Comassetto, obrigado. Acho que merece uma emenda o Projeto do Ver. Garcia, dizendo, também, para proibir que os motores voltem para dentro do ônibus, na parte dianteira, que é coisa de vinte anos atrás, produzindo mais barulho, mais calor.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Desculpe-me, não é de vinte anos atrás; é atual, porque o Secretário Senna acabou de comprar 77 ônibus com motores na frente.

 

O Sr. Guilherme Barbosa: Sim, mas eu quero dizer que isso é uma prática, Ver. Comassetto, de vinte anos atrás, que essa Administração trouxe, novamente, para a realidade.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Está bom, então voltou a ser atual.

 

O Sr. Guilherme Barbosa: Mais barulho e mais calor, um negócio atrasadíssimo. Obrigado.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Muito obrigado. Portanto, o diálogo aqui, obviamente, é fraterno com o Professor Garcia no sentido de discutirmos a política do transporte público e a qualidade dos equipamentos. Os equipamentos de transporte público que regrediram - o Presidente Lula está hoje lá no G8, hoje, levando a Agenda Verde e buscando que menos equipamentos de lançamento de CO2 sejam executados -, como os ônibus de Porto Alegre que deixaram de ter esses equipamentos para não queimar combustível lançando enxofre no meio ambiente; como os ônibus de Porto Alegre que deixaram de ter condicionador de ar; como os ônibus de Porto Alegre que deixaram de ter os motores externos, passando a ser internos e na frente; como os ônibus de Porto Alegre que reduziram o percentual de acessibilidade para as pessoas portadoras de deficiências - hoje, pela Legislação, são 18% -, sendo que a última compra chegou a apenas 7,7% dos ônibus com equipamentos de acessibilidade. Portanto, Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti, é a nossa contribuição para o debate, porque queremos ajudar a Administração para que volte a qualificar, sim, o sistema de transporte público de Porto Alegre. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. Carlos Comassetto.

O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ADELI SELL: Verª Maristela Meneghetti, Presidenta; boa-tarde, colegas Vereadores e Vereadoras, Ver. Nilo Santos, V. Exª sabe que eu gosto de fazer perguntas. Eu aprendi nas minhas parcas leituras de Filosofia, com Sócrates, que perguntar é fundamental, até porque, ao perguntar, a gente, na verdade, começa a buscar e a construir as respostas. Por isso eu queria perguntar ao Ver. Professor Garcia - muito digno Presidente da Comissão da qual faço parte, e com quem, por anos, compartilho a Comissão de Economia, Finanças e Orçamento - se ele teve acesso ao balanço da Carris para redigir este Projeto de Lei. Porque se não teve - que é da base do Governo e não teve acesso ao balanço da Carris, eu posso lhe fornecer uma cópia. A gente começa a conversar, porque, Ver. Garcia, com todo o respeito, não precisamos de Projeto de Lei para botar condicionador de ar nos ônibus; é só melhorar as condições da Carris, porque ela sempre foi exemplar.

Entreguei esta semana, Ver. Garcia, ao Prefeito Municipal, e ele confirmou que recebeu da minha Assessora, no último dia 4, quando entregamos ao Secretário Beto Moesch, um documento de quatro laudas colocando as questões sobre as condições climáticas, nossas, em especial, principalmente quanto à emissão de gases, já que a Prefeitura fez um convênio, Ver. Comassetto, com o ICLEI, que é um Instituto extremamente importante. No entanto, a atual Administração não está cumprindo o convênio que fez com o ICLEI - estou mandando uma cópia para este importante Instituto -, porque nós não estamos fazendo o devido monitoramento do ar na cidade de Porto Alegre. A Administração esqueceu disso, Ver. João Dib! Acho que já na sua época, mesmo não tendo a sofisticação eletrônica de medição, inclusive a computadorizada que nós temos nos dias atuais, fazia-se mais medição do gás carbônico do que agora. Vemos ônibus circulando e carros circulando por aí sem nenhuma condição, e agora o Ver. Prof. Garcia vem com este, que pode-se chamar de um verdadeiro papo, porque não precisa de lei para se colocar condicionador de ar nos ônibus.

 

O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Adeli, cumprimento-o pelo pronunciamento e também queria corroborar na direção de que também vejo que há uma degradação e uma redução em relação aos avanços que se havia conseguido na direção do melhor controle, da melhor qualidade do ar, pois os equipamentos estão desativados e é visível o aumento da poluição, o aumento da fuligem, e o aumento dos veículos sem fiscalização que circulam pela Cidade. Obrigado.

 

O SR. ADELI SELL: Eu até gostaria de convidar o Ver. Prof. Garcia, e, quem sabe, o Ver. Dib que já foi Secretário Municipal dos Transportes, por duas vezes, e o Ver. Elói Guimarães que foi Secretário Municipal dos Transportes, para que pudéssemos circular e observar a ausência total e absoluta de fiscalização sobre os automóveis. Tem cada FIAT 147, cada Chevette do tempo do meu avô circulando nesta Cidade sem nenhuma condição! Há ônibus, alguns deles me parecem cenas que eu vi nas ruas de Havana; aqueles ônibus antigões. Não sei se o pessoal recuperou aqueles ônibus, antes daquela intervenção que o Prefeito Olívio Dutra fez na Cidade. Vereador Professor Garcia, que bom que V. Exª pediu um aparte, e quem sabe usa a Liderança, depois, também para discutir conosco.

O Sr. Professor Garcia: V. Exª permite um aparte? (assentimento do orador.) Quando V. Exª diz que é do tempo do seu avô - faz dois anos e meio que o Prefeito Fogaça assumiu -, será que esses carros não circulavam antes, estavam todos escondidos devido à alta fiscalização? Ora, Vereador nós temos de ser mais abertos; entendo a crítica, mas não dá para fazer terra rasada, temos de ter bom senso.

 

O SR. ADELI SELL: Tinha fiscalização, se V. Exª entrar no site da própria EPTC, o próprio site da atual gestão do Sr. Luís “Voando” Senna - ele não gosta, mas vou dizer -, ele voou para o Exterior para fazer propaganda dos portais, e estamos vendo que este negócio não está funcionando. Ver. Professor Garcia, tinha muita coisa escondida, porque tinha fiscalização; inclusive, posso lhe falar de cadeira, porque, na minha época, não havia “churrasquinho” em cada parada de ônibus fumegando por entre as pessoas, e aquela balbúrdia que tem no paradão de ônibus. Vá ali, na Praça Rui Barbosa, no Centro da Cidade, que V. Exª vai ver. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

(A Verª Maria Celeste reassume a presidência dos trabalhos.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Encerramos o período de Pauta.

O Vereador Adeli Sell está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ADELI SELL: Verª Maria Celeste; colegas Vereadores e Vereadoras, fico impressionado com a falta do debate real e concreto das coisas da Cidade. Quero mostrar para as senhoras e os senhores a pasta amarela – por aqui estamos acompanhando detalhadamente os Portais da Cidade. Queremos saber, Ver. Nilo - perguntar nunca ofende - o que está acontecendo, por que não foram divulgados os nomes das empresas, de onde são e qual a sua proposição, por que esta caixa preta? Mas quero dizer, também, que esteve na Cidade, anteontem, o Dr. Grafite, que é Secretário Nacional de Transporte e da Mobilidade Urbana, discutindo com o Prefeito Municipal. Parece, pelas informações que tive da reunião, que a Prefeitura pode rever a questão dos Portais. Eu espero, inclusive, se não houver algo concreto nesta semana, se não tivermos nenhuma palavra sobre as empresas, nós vamos oficiar o Prefeito Municipal, pois queremos saber o que se passa, temos este direito até porque o Estudo de Impacto de Vizinhança não foi feito. Ver. João Dib, a oposição aqui é vigilante, prepara-se e não fica falando as coisas ao vento. Agora, estamos na Semana do Meio Ambiente, Ver. Carlos Comassetto, e estiveram comigo, ontem, a Verª Sofia e a Verª Neuza Canabarro, na Rua Gonçalo de Carvalho. Vi uma cena ontem, Ver. João Dib, que fiquei chocado: o Ver. Comassetto, educadamente, foi cumprimentar as autoridades, e eis que o Secretário Beto Moesch não cumprimentou o Vereador, seu colega, pois, na verdade, o Ver. Beto é colega. Isso não é uma atitude civilizada para uma Cidade que teve, na sua origem, valorosos lutadores que a construíram e que apesar das suas diferenças, apesar das atrocidades da Revolução Farroupilha, este Estado mostrou ao País inteiro que aqui foram criados homens civilizados. Marcas no Senado da República estiveram no Palácio governando esta Nação, como João Goulart, personalidades que hoje engrandecem o nosso Estado e a nossa Cidade, como é o caso do Ronaldinho no Futebol. Eu acho que nós precisamos restabelecer um processo de civilidade entre a Prefeitura de Porto Alegre e esta Câmara.

Eu tenho sido muito duro nas críticas a alguns Secretários, em especial ao Ver. Beto Moesch, mas fui solidário com ele na questão do Morro do Osso. Eu fui pesquisar todas as questões do Morro do Osso, porque é uma área do interesse ambiental, é preservada, há Lei sobre isso. Então nós não concordamos com o jeito de ser e de fazer as coisas; agora, quando as coisas são corretas, quando o agente público age corretamente, nós damos muita atenção para isso, porque nós já fomos Governo.

Agora, eu não podia deixar de falar da greve dos servidores, principalmente para algumas pessoas, aqui, que são servidores públicos, como o Ver. João Dib. Desde quinta-feira, há uma semana, tivemos "n" tentativas de dialogar com o Governo Municipal. Os Vereadores que estavam presentes, na quinta-feira, concordaram que nós buscássemos um diálogo com o Governo, às seis e meia da tarde, mas não foi possível; às oito horas da noite tivemos a resposta de que não era possível; mais tarde, não foi possível também. Conversamos, inclusive, com o Tenente-Coronel Mendes sobre a questão do comportamento da Brigada Militar. Fomos bem atendidos. A Prefeitura deveria ter dialogado conosco, com a boa vontade da intermediação da Câmara e da sua Presidente Maria Celeste, mas não o fez na sexta-feira. A greve se radicalizou. Segunda-feira, tivemos reunião aqui da CEFOR; nada avançou. Hoje a greve está radicalizada na Cidade e a culpa não é dos servidores. Quem está “cutucando a onça com vara curta” é a Administração José Fogaça que colocou alguns Secretários que não estão dialogando devidamente. Aqui, inclusive, fiz um duro debate com o Secretário Clóvis, com o Secretário Tatsch, mostrando os números, mostrando, por exemplo, como fiz aqui da outra vez, que a Prefeitura poderia dar um aumento real se, efetivamente, cobrasse e fizesse fiscalização do retorno do ICMS; são 20 milhões em 2005, são quase 50 milhões em 2006. Nós temos setores inteiros de sonegação do ISS e os nossos servidores vão ganhar um vale de 10 “pilas”. Gente, as coisas estão muito mal na Cidade, os serviços já estavam precários e cada vez nós estamos vendo mais precarização.

Uma saudação especial aos servidores públicos de Porto Alegre na sua luta por melhores condições de trabalho, e nós esperamos que o diálogo seja restabelecido, porque quem planta, colhe. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Apregôo o Memorando nº 150, informando que o Ver. Dr. Raul estará representando a Casa na Solenidade de Lançamento do Projeto “Educação Ambiental e Território” e da Cartilha de Educação Ambiental, a realizar-se no dia 6 de junho de 2007, às 15 horas, no Salão Nobre do Paço dos Açorianos.

O Ver. Professor Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Srª Presidenta, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, hoje está havendo a assembléia geral dos municipários para definir a situação de permanência ou não da greve. E quero novamente falar do que comentei na segunda-feira, dizendo da reunião que ocorreu aqui na Câmara Municipal, principalmente na Comissão de Economia, Finanças e Orçamento, em que o Executivo, a Diretoria do Simpa, junto com alguns Vereadores, os membros da Comissão de Economia, Finanças e Orçamento e mais os Vereadores Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Margarete Moraes estavam presentes. O Executivo fez uma outra proposta aumentando o vale-refeição. Já tinha feito uma proposta de oito para nove reais e, agora, de nove para dez reais, a partir do mês de junho; mais a questão das evoluções salariais em termos do cargo, a partir do mês de janeiro.

Mas eu quero relatar aqui uma situação - hoje eu vou falar para V. Exª, Presidenta Maria Celeste, gostaria que me ouvisse atenta - que particularmente me deixou preocupado. V. Exª hoje foi para a greve no DMAE, e eu acho que esse cuidado a gente tem que ter. São duas situações: uma é o Vereador; a outra é a Presidenta da Casa, que representa a totalidade dos 36 Vereadores. No meu entendimento, o Presidente tem que ser o magistrado, isso não quer dizer que ele não tenha que ter posição. Então, de forma fraterna, eu venho colocar isso, e gostaria que V. Exª, depois, fizesse o contraponto, dissesse que não é assim. Mas acho que é importante, e V. Exª sabe que de forma fraterna eu coloco as coisas. Eu sou daqueles que prefere colocar que falar às escondidas, às costas, ou que possa ter outras interpretações. O direito de greve é legítimo, é justo. Fico até surpreso, por exemplo, quando o próprio Presidente da República diz que greve não é férias remuneradas; fico surpreso, porque é alguém que teve toda a sua formação e evolução política justamente no movimento de greve, na contestação, no posicionamento contra. Eu sou daqueles que entende que a greve é justa, que se deve, sim, reivindicar; que se deve, sim, partir para negociações. Eu sempre gosto de dizer e repito aqui, várias vezes, vou continuar repetindo que até chegar a uma questão de negociação, o negócio, para ser bom, tem que ser bom para ambas as partes, embora nunca se consiga aquilo que se quer, mas também nunca se dá aquilo, na totalidade, que é possível. Então, tem que se fazer uma aproximação, cada um tem que ceder um pouco. Eu acho que o processo evoluiu.

Mas eu tinha que vir aqui dizer do cuidado que se tem que ter quando se representa a Casa. A postura do Presidente não pode ser a postura comum de um Parlamentar. De forma fraterna coloco esse registro, cara Presidente Maria Celeste, e gostaria depois de ouvi-la atentamente. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Quero informar ao Plenário e lamentar a declaração do Ver. Professor Garcia que poderia ter vindo até a Mesa conversar com esta Presidenta que tem se comportado em todos os episódios desta Casa conforme designa o cargo desta Presidência. E quero informar e tranqüilizar os senhores e as senhoras que sequer estive hoje pela manhã junto ao comando de greve ou à movimentação instalada na cidade de Porto Alegre pelos municipários. Não que não pudesse fazê-lo, mas porque estava em outras atividades decorrentes do cargo, nesta Casa.

Certamente, Ver. Professor Garcia, diferente de outros Vereadores, eu represento a Casa de Porto Alegre e tenho muito cuidado quando falo em nome da presidência ou quando falo em nome do meu mandato como Vereadora Maria Celeste. Só lamento, pois V. Exª poderia ter vindo até esta Mesa e checado essa informação. Quero dizer aos informantes que estão divulgando essa versão – e V. Exª não é o primeiro a me colocar sobre esta questão hoje – que ela está incorreta, errônea, lamentavelmente, e poderia ter sido feita não da tribuna.

O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; meus colegas Vereadores e minhas colegas Vereadoras, eu quero enfrentar esse tema referente à pauta dos municipários. Mas eu quero discutir a Cidade como um todo, porque o caixa é sempre único. Portanto, eu não posso discutir esta matéria de forma isolada.

No início de 2003, o então Prefeito João Verle entendeu que não poderia mais conceder a bimestralidade, porque estava no limite da Lei de Responsabilidade Fiscal. E assim o fez até o final do seu Governo. Aí assume uma nova Administração, colocando uma política salarial que vem para esta Casa e é amplamente debatida, e esta Casa aprova uma política de reposição, através do IPCA, para todas as categorias, e privilegia os que ganham menos. Pega o vale-refeição, que não tinha reajuste desde 1994 e o atualiza para nove reais. Pega os avanços que estavam atrasados, 2001, 2002, 2003, 2004, e, neste momento, já chegou até 2002. Lá na AFM e no hospital dos servidores, negocia e aporta recursos.

Acho que o Governo está absolutamente correto na sua política salarial, porque - e eu não vou discutir se é do Governo do PT; não vou entrar nesta discussão - colocar 20%, Srs. Vereadores, significa 120 milhões de reais, que é o valor que esta Cidade tem para investir em um ano!

Acho que o Orçamento Participativo, o Conselho do Orçamento, as Assembléias têm que estar atentas e discutir. O Governo tinha que ter levado esta Pauta para dentro do OP, para dentro de todos os fóruns de discussão desta Cidade e dizer: dividam conosco esta responsabilidade, porque, se eu conceder isso aqui, significa que a extensão de rede de água, o asfalto, ou outra demanda pública, coisas pelas quais o senhor veio lutar, aqui no OP, não vão poder sair.

Acho que há setores nesta greve que até não têm representação nesta Casa; é um movimento nacional. Vocês vejam que há 100 mil servidores, do Brasil todo, ocupando universidades, isso e aquilo... O Brasil tem que enfrentar a regulamentação da Lei de Greve para os servidores públicos. Tardiamente. Não é papel de Deputado ficar lá concedendo emendas parlamentares para Município A ou Município B; ele tem que enfrentar temas como este. E está certo o Presidente Lula, quando quer regulamentar a questão da greve, porque eu acho que do cidadão que não trabalha tem que ser descontado, porque quem paga esta conta é o povo! Por que na iniciativa privada isso é assim e no Poder Público não é assim?

Nós achamos, primeiro, que o Governo, sempre, em todos os momentos, disse: nós voltaremos a dialogar com a categoria mediante o encerramento da greve e a retomada dos serviços. Veja, por exemplo, Ver. Todeschini, V. Exª foi Diretor do DMAE e sabe disso: hoje há mais de 1.600 fugas de água, bombas que não podem ser recuperadas, porque não há o serviço essencial do DMAE, meu Diretor Guilherme, meu Diretor João Dib. Será que está correto isto? Daqui a pouco, vai haver um vazamento de cloro nesta Cidade, porque tem um piquete que não permite que os serviços essenciais da Cidade saiam para prestar serviço à população. Será que está correto isso? Absolutamente errado! Portanto acho, com toda a sinceridade, que os municipários estão sendo conduzidos por interesses outros, que não da municipalidade. Eu vejo gente lá dentro que não tem assento nesta Casa, especialmente, que está querendo fazer uma disputa política antecipada. Essa é a realidade! É evidente que tem legitimidade, é evidente que o servidor público é essencial para a Cidade, tudo isso nós não vamos discutir, mas eu tenho que discutir a Cidade como um todo, e, na Cidade como um todo, eu tenho que olhar o médico, eu tenho que olhar a necessidade do enfermeiro, da água, o serviço do lixo; eu tenho que olhar a Cidade como uma floresta e como um todo.

Portanto eu acho que está na hora, sim, de os municipários voltarem a trabalhar, porque estão em greve desde o dia 23, não está havendo desconto, e quem vai pagar essa conta é o povo. E é hora, tardiamente, de regulamentar neste Brasil a chamada Lei de Greve, porque eu acho que eles têm direito de greve, sim, mas quem faz greve tem que ser descontado, porque, senão, são férias remuneradas. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exma Srª Presidenta desta Casa, M.D. Verª Maria Celeste; nobres Vereadoras e nobres Vereadores, sobre a reposição salarial eu gostaria que fosse 20%, 30%, 40%, 50%, mas que os aposentados também ganhassem a mesma coisa; para os aposentados, são 3%, e todo mundo pede mais, pede mais, e só para os aposentados é que não dão. Eu acho que temos que ser coerentes neste País e buscar resgatar as correções de todos aqueles que têm a receber, mas não podemos deixar a governabilidade em “maus lençóis”, lamentavelmente.

Mas o que eu quero abordar, meus nobres colegas Vereadores e Vereadoras desta Casa, é que hoje, dia 6 de junho, pela manhã, a nossa Câmara resgatou, numa solenidade simples, numa solenidade que realmente tocou o coração daqueles que estavam presentes, uma dívida que Porto Alegre tinha com um herói desta Cidade que deu em holocausto, na conquista da liberdade, da democracia e da paz a sua própria vida. É um porto-alegrense que, durante 62 anos, estava esquecido pelo seu feito de doar a vida em prol da liberdade, tendo abandonado o seu lar, se separado dos seus pais e irmãos, e, até hoje, não se sabe onde estão os pais, se estão vivos ou não - acreditamos que não, senão teriam quase cem anos. Então ele não tem descendente, porque, aos dezoito anos, foi convocado para defender o que o Brasil defendia na época.

E o dia 06 de junho possui duas datas que se apegam a esta homenagem de hoje. Uma é o dia 06 de junho de 1944, quando a Força Expedicionária Brasileira teve uma vitória esplendorosa e 14 mil alemães se renderam à FEB.

Mas nós temos outro dia 06 de junho, também, de 1945, que tem muito a ver com os nossos heróis, pracinhas, quando 25 mil deles foram convocados e mandados para a guerra, quando a Força Expedicionária se extinguiu. São 25 mil homens que foram para a guerra, tendo um somatório de duas mil baixas, 465 mortes, sendo 21 gaúchos e um porto-alegrense. E outros tantos que chegaram ao Brasil foram abandonados à mercê de sua própria sorte, e até hoje os familiares não tiveram indenização, porque a tal de Lei dos Anistiados é de 1946 para cá! E esses soldados que defenderam a liberdade, a democracia, que foram mandados além-mar, pelo fato de isto ter sido em 1945, não têm direito. Mas não é isso que nós queremos. Eu acho que a Câmara de Vereadores está de parabéns, porque, por unanimidade, aprovou darmos o nome do acesso da Câmara ao Soldado Expedicionário Arthur Lourenço Stark, que, com 18 anos de idade, morreu na Itália.

Então, hoje, a Cidade reconhece esse bravo herói porto-alegrense. E por que nem o nome de rua tem em Porto Alegre? Nós temos feito tantas homenagens justas aos nobres cidadãos desta Cidade, dando-lhes os nomes de ruas de Porto Alegre. E esse jovem, convocado, foi lá reconquistar a paz do mundo, entregou a sua vida - como diz o Hino Nacional -, cumpriu com a sua missão como 25 mil nobres heróis brasileiros a cumpriram também. De repente, esse que perdeu a vida foi o que menos sofreu, mas aqueles que voltaram de uma guerra de corpo a corpo, com certeza, vieram aqui, muitos ensandecidos, trôpegos, com os seus familiares sem direito nenhum. Muitas e muitas vezes, testemunhas da história nós temos de que esses jovens - bravos heróis brasileiros - eram buscados numa sarjeta, já mortos, sem identificação, com apenas uma medalha da guerra escondida no bolso, a qual eles guardavam com muito carinho.

E esta Casa, que representa a população de Porto Alegre, resgata essa história no dia de hoje, por proposição nossa, mas com aprovação da absoluta maioria desta Câmara, e reconsidera este ápice, este ato, fazendo esta homenagem depois de 62 anos, que ficará eternamente no portal desta Câmara, sinalizando o acesso em homenagem a esse herói porto-alegrense. Só lamentamos que a nossa TVCâmara não esteve lá presente, registrando esse fato histórico. Mas a homenagem, por si só, comoveu todos que estavam presentes. Deus sabe que, para um herói, até na morte ou nas homenagens, a coisa não é como tem que ser; por isso que são heróis. Muito obrigado, Srª Presidente e nobres Vereadores.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Dr. Goulart está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. DR. GOULART: Srª Vereadora-Presidente, Maria Celeste; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, após a minha fala no período de Liderança, na segunda-feira, nós fizemos um documento, rogando ao Sr. Prefeito que, no momento em que o PAM-3 está interditado, não se pense em fazer translado dos funcionários da Saúde para outros pontos distantes dos lugares onde eles moram, e que fique salvaguardado o local, a função e o salário, com seus avanços, para os funcionários do PAM-3. A grande maioria dos funcionários do PAM-3 trabalha com emergência, com urgência, trabalha à noite, de madrugada; portanto existem especificidades nos seus ganhos.

De pronto, 21 Vereadores assinaram o documento, formando uma verdadeira frente parlamentar em defesa dos funcionários do PAM 3, em defesa, portanto, da comunidade, dos usuários do SUS, da Saúde Pública. Então, aguardamos os acontecimentos, e, no alvorecer da próxima semana, acho que esta “frente parlamentar” deverá se reunir, então, com mais calma, para saber, por parte do Executivo - que não tem conseguido se reunir conosco porque está envolvido com essa forte greve dos municipários, com essa alteração forte do PAM-3 -, para assegurar, dentro de um pacto político, essa precaução, que não pode ficar apadrinhada por um único Vereador, mesmo que seja da Saúde, mesmo que esteja envolvido há muito tempo com a história do decréscimo estrutural administrativo que esse posto vem sofrendo. Essa causa tem de ser de vários Vereadores. E tive o cuidado de rogar aos 21 Vereadores, de maneira bem distribuída, eqüitativamente, entre todas as Bancadas, para que houvesse uma ação política da Câmara de Vereadores em defesa dos funcionários, para que essas obras transcorram com tranqüilidade, mas o mais depressa possível, porque - mesmo tranqüilizados os funcionários do PAM-3 com um pacto político que à frente lhes permite dar segurança - nós precisamos entregar esse local o mais breve possível para a comunidade, para as pessoas que se socorrem dentro da Vila dos Comerciários, daquele serviço indispensável, daquele serviço salvador. Ele não é só mitigador de sofrimento; ele é salvador de gente. Lá fazem entubações, nebulizações, ressuscitações, lá fazem partos - quando não há tempo de chegar ao hospital da região! Então, senhores, nós, mais uma vez, estamos repetindo, porque repetir não é demais. Nós estamos repetindo porque precisamos dessa segurança e aguardamos que o Prefeito, logo em seguida, nos mande uma mensagem para que a Frente Parlamentar, em defesa dos funcionários do PAM-3 e da comunidade seja atendida, especialmente a Bancada do Partido Trabalhista Brasileiro – o PTB -, que precisa, também, falar com o Prefeito, sobre alguns outros encaminhamentos, não só da Saúde. Então, aguardemos e não descuidemos, senhores, porque eu tenho afirmado que o funcionalismo público é a memória do trabalho governamental; eles sabem como encaminhar todos os pleitos de uma população que sofre, mormente na Saúde. Estaremos juntos, no início da semana, os 21 Vereadores da Bancada, e, se outros Vereadores entenderem que devem conosco se agregar, que a gente aumente esse número para 25 ou, talvez, 36.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Newton Braga Rosa está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. NEWTON BRAGA ROSA: Minha cara Presidenta, senhoras e senhores, é com satisfação que voltamos a esta tribuna para tratar de dois assuntos. Eu gostaria de iniciar meu pronunciamento registrando a presença, aqui neste Plenário, do médico e amigo de longa data, Lúcio Simões de Lima. O Lúcio é do Espírito Santo, e fizemos juntos a nossa pós-graduação na PUC do Rio de Janeiro, há mais de 35 anos - pasmem! E o Lúcio fez uma carreira brilhante nessa sua área, acabando por ser Presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria. A boa notícia, trazida pelo Lúcio para nós, porto-alegrenses, é que hoje, no Hotel Plaza São Rafael, inicia-se o 19.º Congresso da Associação Brasileira de Neurologia, Psiquiatria Infantil e Profissões Afins. E a notícia melhor ainda é que, no mês de outubro deste ano, estará em Porto Alegre o Congresso Nacional de Psiquiatria, com a previsão de quase seis mil profissionais habilitados. É Porto Alegre achando o seu espaço no turismo nacional com aquilo que nós já falamos aqui, nesta tribuna, que é o turismo profissional. Fica aqui esta informação, para registro nos Anais, e a nossa satisfação, os nossos agradecimentos pela presença do Dr. Lúcio Simões de Lima.

O outro assunto é com relação às obras que estão sendo realizadas em Porto Alegre, referentes ao Conduto Álvaro Chaves. Exatamente no dia 3 de fevereiro, a Av. Cristóvão Colombo foi interditada para que ali se iniciassem obras de grande vulto. Como sempre, houve a preocupação dos comerciantes locais, dos moradores e a reclamação de que aquilo iria provocar prejuízos importantes para o comércio local. Resolvemos, então, a partir desse dia, lá em fevereiro, iniciar um acompanhamento sistemático e próximo de todas as ações que transcorriam na Av. Cristóvão Colombo. Agora, na segunda-feira, a obra completou exatos quatro meses de um total de seis meses previstos no cronograma. Qual é a boa notícia? Em 66% do tempo transcorrido, o cronograma físico da Av. Cristóvão Colombo avançou 80%. Nós aqui, preocupados com outras obras da Cidade, como a da Av. Baltazar de Oliveira Garcia, um problema sério, não podíamos deixar de registrar a velocidade e a forma competente com que a Prefeitura tem conduzido as obras na Av. Cristóvão Colombo. No dia 21 de maio, há duas semanas, foi apresentado ao Prefeito Municipal um projeto de reurbanização, ou seja, já que a cobertura asfáltica e os passeios terão que ser refeitos, a idéia é fazer um shopping a céu aberto na primeira quadra da Av. Cristóvão Colombo, conhecida como quadra 2.000 – não por referência ao ano, mas ao fato de que a numeração naquele trecho é por volta de 2.000. Serão 240 metros de calçadas e pavimentação padronizadas em que haverá um canteiro central, espaço para estacionamento, uma grande reivindicação do comércio local, intervalos de vegetação, floreiras, bancos, enfim, todos os equipamentos urbanos necessários para fazer daquilo um local de lazer, um local de comércio, um local que possa nos lembrar, no futuro, de que, embora tenhamos enterrado 50 milhões de reais no Conduto Álvaro Chaves, coisas boas ficaram para a nossa lembrança na superfície.

E, a propósito, já encerrando esta manifestação, eu gostaria de anunciar, na Casa, que nós, por necessidade, para podermos atender com mais eficiência as pessoas que ligavam para o gabinete perguntando a respeito da conclusão das obras – e acredito que todos os Vereadores devem receber manifestações nesse sentido -, resolvemos colocar tudo num site. Criamos o site “obrasnacidade.com.br”. Para nossa surpresa, o site tem sido um sucesso de visitação. Ver. Adeli, você que convive com a Internet, sabe que ela é universal. O grande problema é que pessoas de outras cidades estão nos telefonando ou reclamando por e-mail que as obras de sua cidade não estão no site. Mas o site é de Porto Alegre: obrasnacidade.com.br.

Muito obrigado pela atenção.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Ervino Besson está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ERVINO BESSON: Minha cara Presidenta Verª Maria Celeste, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e pelo Canal 16 da TVCâmara, eu queria saudar todos.

Ontem a CUTHAB, Comissão da qual eu faço parte, teve uma reunião com aquela comunidade da Vila A.J. Renner, onde há um impasse, e a Comissão achou por bem fazer uma visita à comunidade hoje pela manhã. Lá estivemos, vários Vereadores, também a Defesa Civil, o DEP, o DEMHAB e lideranças daquela região. De fato, deu para constatar que há algumas moradias que não têm as mínimas condições para que as pessoas retornem às suas casas. Pelo menos nove casas, se não me falha a memória - o Ver. Guilherme, também esteve lá –, foram interditadas pela Defesa Civil, pelo próprio DEP e DEMHAB. E há outras que serão levantadas, porque estão muito baixas, e a água, o esgoto estão causando uma série de situações muito preocupantes para os moradores.

Mas o que me chamou a atenção foram algumas colocações do líder da comunidade: naquele Bairro existem 62 casas de passagem; 58 delas foram arrombadas e invadidas. E a gente lamenta que pessoas, quando há um problema, como acontece naquele Bairro, se prevalecem da situação e arrombam as casas, Ver. João Antonio Dib. Lá 58 casas foram arrombadas e invadidas. Está certo que algumas daquelas famílias não teriam condições de permanecer nas suas casas, agora, naquelas outras que arrombaram, não houve um acerto, uma negociação, para que as pessoas desocupem as casas para que a Prefeitura retome as negociações. Não conseguimos, eu fiquei lá até quinze para as onze; o Presidente, Ver. Elói Guimarães, outros Vereadores, o DEP, o DEMHAB, a Defesa Civil, ficaram lá tentando resolver o impasse e parece que ele não foi resolvido, mas pelo menos a Câmara Municipal está cumprindo com o seu dever. Não vamos “abandonar o barco”, vamos tentar dar a nossa colaboração para que os moradores tenham consciência, desocupem, para retomar a negociação com a Prefeitura Municipal.

Outro registro que eu quero fazer aqui nesta tribuna é sobre o evento que aconteceu no pátio da Câmara Municipal, hoje pela manhã. Eu quero parabenizar o nosso querido Ver. José Ismael Heinen por essa brilhante iniciativa, pois, a partir de hoje, quem visitar a Câmara Municipal, tenho certeza de que muitos perguntarão quem é Arthur Lourenço Stark. Esse nome vem recuperar a história de um jovem que perdeu a sua vida na 2a Guerra Mundial. Lá perderam a vida 21 jovens gaúchos - não é isso, Ver. José Ismael Heinen? -, mas porto-alegrense, só esse, que deu o nome à entrada da Câmara Municipal de Porto Alegre. Parabéns por essa iniciativa, Ver. José Ismael Heinen. Eu estive no almoço junto com V. Exª, também com o Mauro, representando o Ver. João Carlos Nedel, foi uma recepção muito calorosa, deu para sentir o depoimento daqueles expedicionários, deu para se emocionar porque contaram uma história de sofrimento, defendendo a nossa Pátria, a história do nosso País, onde morreu esse jovem que está sendo homenageado aqui nesta Casa, por iniciativa do Ver. José Ismael Heinen, dando o nome à entrada da Casa do Povo, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Parabéns por essa iniciativa, Ver. Ismael, e para a sua assessoria que fez um belo trabalho que tivemos oportunidade de acompanhar, pelo menos, no final do trabalho.

Outra brilhante iniciativa é que serão plantadas 21 mudas de pitangueiras no Parque Farroupilha, próximo ao Monumento do Expedicionário. Essas 21 mudas são uma homenagem aos 21 jovens que perderam a vida defendendo a sua Pátria, a nossa Bandeira, o nosso País. Os alunos do Colégio Militar cuidarão dessas mudas. Brilhante iniciativa! Isso é o resgate da história, o resgate desses jovens valorizando a sua imagem; jovens que perderam a sua vida defendendo a nossa Pátria, a nossa Bandeira que tanto amamos. Portanto, mais uma vez, parabéns, Ver. Ismael.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; demais Vereadores, ontem à noite, ocorreu um dos fatos mais importantes da história da cultura desta Cidade, o Grupo Zaffari inaugurou o Teatro Bourbon, nas proximidades do Shopping Iguatemi. Foi um espetáculo maravilhoso, não só da inauguração do novo Teatro, que é um requinte de técnica e de perfeição, como a apresentação magnífica da grande atriz Marcela Carvalho Leite, e depois um conjunto porto-alegrense tocou músicas, abrindo com “Homens de Preto”, num arranjo monumental; “Coração de Luto”, música de Teixeirinha, com um arranjo de extremo talento; músicas gauchescas e músicas da cidade de Porto Alegre. Eu que tinha pedido e sugerido, anteontem, em correspondência, ao Sr. Secretário Sergius Gonzaga, que Porto Alegre fizesse um festival da canção de Porto Alegre, pois temos maravilhas, como, por exemplo, “Alto da Bronze” - toda vez que alguém fizer um CD sobre Porto Alegre vai abri-lo com essa música -, inesquecivelmente gravada por uma cantora maravilhosa chamada Oracina Correia; a música do nosso Prefeito e esposa, “Porto Alegre é demais”; e de Kleiton e Kledir, “Deu para ti, baixo astral, vou para Porto Alegre, tchau”. Só falando nessas três músicas, nós vemos que esta Cidade tem um potencial fantástico de turismo, tem um potencial fantástico de produção e criação, e a arte e a cultura são um dos vetores do turismo. Ontem, na inauguração, naquele espetáculo grandioso, proporcionado por uma empresa magnífica, Ver. Luiz Braz, estando lá o Dr. Airton, o Dr. Claudio, o Dr. Marcelo, que são dirigentes, entre tantos outros, do Grupo Zaffari, Porto Alegre ganhou, no interior de um shopping, um teatro que ombreia, indiscutivelmente, com os melhores teatros do mundo em técnica, em perfeição e, principalmente, em bom gosto. O nosso teatro, ainda de pequena capacidade, pela primeira vez foi resgatado pelo SESI, Ver. Besson; o segundo teatro, mais ou menos nas mesmas proporções, é hoje o Teatro Bourbon. Então, a Cidade está em festa, a Cidade tem mais um templo da arte e, principalmente, mais um fator de desenvolvimento da arte, da cultura e da criatividade do seu povo numa casa de espetáculos belíssima, com um conforto admirável e, por fim, com a fidalguia da família Zaffari, que recebeu mais de 1.500 pessoas confraternizando. Ver. Sebastião Melo, Porto Alegre, hoje, tem um local seguro, um local de uma beleza invulgar, ganhou de presente um local onde pode desenvolver atividades artísticas, com artistas brasileiros e estrangeiros, e nada vai ficar devendo aos maiores palcos, aos maiores teatros, às maiores casas do mundo inteiro, porque Porto Alegre hoje se orgulha de ter o Teatro Bourbon.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

Em votação o Requerimento de priorização de Projetos constantes da Ordem do Dia de hoje: Veto Total ao PLCL nº 007/05, PELO nº 002/06; PR nº 096/06; Requerimento nº 065/07; Requerimento nº 067/07. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, a Câmara sabe sobre a minha posição contrária a Moções de Repúdio, mas preciso registrar que acho estranho que nenhum dos Vereadores que se manifestaram hoje tenham falado contra o malfadado repórter que agrediu, de todas as formas, o Rio Grande e Porto Alegre. Eu acho um assunto profundamente triste, e lamento que ninguém tenha feito a defesa do Rio Grande do Sul.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Ver. João Antonio Dib, penso ser uma informação que V. Exª passou ao Plenário nesse aparte anti-regimental.

VOTAÇÃO NOMINAL

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 3673/05 – VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 025/05, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que revoga o inc. V do art. 21 da Lei Complementar nº  7, de 7 de dezembro de 1973, e alterações posteriores, que institui e disciplina os tributos de competência do Município.

 

Pareceres:

- da CEFOR. Relator Ver. Luiz Braz: pela manutenção do Veto Total;

- da CUTHAB. Relator Ver. Guilherme Barbosa: pela rejeição do Veto Total.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77, § 4º, da LOM;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia em 31-05-07.

 

Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:

SIM – aprova o Projeto, rejeita o Veto;

NÃO – rejeita o Projeto, aceita o Veto.

- Trigésimo dia: 03-06-07 (domingo).

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em votação nominal o PLCL nº 025/05. (Pausa.) O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra para encaminhar a votação do PLCL nº 025/05, com Veto Total.

 

O SR. MÁRCIO BINS ELY: Exma Presidenta, Maria Celeste, Vereadores e Vereadoras desta Casa, público que nos assiste nas galerias e pela TVCâmara, senhoras e senhores, venho a esta tribuna para encaminhar, em nome do meu Partido, Bancada composta pelos Vereadores: Nereu D’Avila, Neuza Canabarro, Ervino Besson, Mario Fraga e Márcio Bins Ely.

Primeiramente, gostaria de registrar aqui o nosso reconhecimento à iniciativa do Ver. Sebastião Melo, que, de longa data, já vem debatendo este tema e traz, com muita propriedade, a questão da cobrança do ISS nas negociações nos estabelecimentos de leasing - em negociações de leasing -, que não estão sendo cobradas, com relação ao ISS, na nossa Cidade. E digo isso porque já em 2005, no primeiro ano desta Legislatura, acompanhei debates com o Ver. Sebastião, o qual defendia essa proposta, que eu entendo também que é uma proposta razoável, uma proposta justa, uma vez que sabemos que lá no “cantinho” dos contratos de leasing, nos contratos de arrendamento mercantil, vem aquela cidadezinha, em que o ISS é mais barato: Barueri ou Poá, em São Paulo. E nós sabemos que o imposto vinha sido recolhido para outros Municípios, e não para não Porto Alegre, quando o fato gerador - em que deveria incidir imposto sobre aquela operação de leasing - deveria ser aqui na Capital.

Então, é importante este debate, e nós reconhecemos aqui que realmente vai trazer uma significativa arrecadação para o nosso Município: o aquecimento em torno deste debate. Mas também entendemos, Ver. Sebastião, que, nesse caso, a proposta do Governo - e que vem praticando essa alíquota de 2% - também é razoável, no sentido de que, anteriormente, nós não tínhamos nenhuma arrecadação de ISS sobre leasing. Até poucos movimentos atrás, o Poder Executivo não conseguia concretizar nenhuma arrecadação de ISS sobre leasing em nossa Capital; e agora existe essa deliberação, por parte da Secretaria da Fazenda, de que se passe a arrecadar os 2%.

Então, é claro que existe esse estudo, existe esse entendimento dos órgãos da Fazenda Municipal nesse sentido. E, quando o Poder Executivo sinaliza nesse sentido, Vereador, no sentido de que a cobrança a ser estabelecida ali vai permanecer nesse patamar, nós entendemos que devemos, então, acompanhar esse entendimento e esse encaminhamento daqueles que ofereceram subsídios para que o Prefeito tomasse essa decisão, mas que, em hipótese alguma, desmerece a iniciativa de Vossa Excelência. Acho que o Projeto de Lei, o debate nesta Casa, tanto na Pauta, como nas Comissões e em Plenário, vêm contribuir, estão contribuindo, sim, para que a receita e a incidência do imposto sobre o leasing possam estar realmente sendo cobradas. Nós entendemos que o sistema financeiro tem condições de absorver essa cobrança; ela é devida, porque ela está prevista em lei, deve ser cobrada, deve incidir o imposto do ISS sobre os contratos de leasing. Nós não podemos - inclusive sob pena de se caracterizar aqui uma isenção que não está prevista em lei - não dar seguimento a essa cobrança.

Apenas entendemos que essa divergência com relação ao percentual a ser cobrado do imposto de 2% para 5% é razoável, e nós vamos, então, acompanhar aqui o Veto do Prefeito Fogaça.

Inclusive, sabemos que outros movimentos de própria iniciativa do Ver. Sebastião Melo foram construídos no sentido de se reduzir, por exemplo, o percentual de imposto que era cobrado sobre a remanufaturação de pneus, e se teve, ou se teria, como conseqüência desse tipo de ação, desse tipo de articulação, mesmo reduzindo o percentual da alíquota, um aumento em volume do percentual de arrecadação do imposto.

Então, é o nosso encaminhamento, o encaminhamento da Bancada do PDT, acompanhando o Veto do Sr. Prefeito. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para encaminhar a votação do PLCL nº 025/05, com Veto Total.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, bom, o ISS é o Imposto Sobre Serviços nos Municípios. O que ele representa para a cidade de Porto Alegre? Vinte por cento da receita líquida. Até 2003, Ver. Sebenelo, a Lei Federal estabelecia alíquota de 0% a 5%. A partir da Lei nº 116, que é a Lei de 2003, regulamentada nesta Casa depois, as alíquotas mínimas passaram a ser 2%, e a máxima de 5%. Dentro desse contexto, da regra geral, em Porto Alegre, Ver. Márcio Bins Ely, o seu discurso estava altamente coerente, altamente sustentável, altamente aplaudido, se a regra em Porto Alegre fosse os 2%. Mas a regra em Porto Alegre é 5%. Então, a contradição que nós estamos aqui a viver é a seguinte: o setor produtivo, o setor pequeno... E eu vou citar o setor gráfico, que é um setor importante para a Cidade, mas é pequeno; este, ao emitir a sua nota fiscal, paga 5%; agora, o banco, na operação de leasing, vai continuar pagando 2% - quando paga, porque ele diz que paga, mas não paga, porque são vigaristas, porque banco, neste País, não paga imposto. E, mais: a Prefeitura autuou, é verdade, foram 52 autuações, mas as reclamações chegam ao Poder Público, e a Lei nº 007 não estabelece prazo para o Poder Público responder, Ver. Adeli.

E eu quero dizer o seguinte: essa Lei é antiga, não é de agora, e eu estou acabando de entrar com um Projeto, aqui nesta Casa, dando seis meses para que a Prefeitura responda à primeira reclamação, que é o primeiro grau, e tem mais seis meses para o segundo grau, que é o Tribunal de Recurso Administrativo, porque eu posso receber, fazer a autuação, ela vem para o Poder Público, e a reclamação é feita - é a primeira manifestação do contribuinte, Ver. João Dib - e V. Exª que já foi Prefeito sabe disso, esta Lei é da sua época -, e a municipalidade não tem prazo para responder a reclamação. Eu posso ficar três anos com a reclamação na gaveta para responder. Suspende-se a prescrição, e, ao prazo de 30 dias, o contribuinte faz a sua reclamação; portanto, só em três anos eu vou responder à reclamação, e aí ele tem mais 30 dias para ir para o Tribunal Administrativo.

Então, eu quero dizer o seguinte: tivemos a aprovação deste Projeto, e o Sr. Prefeito entendeu de vetá-lo, está no absoluto direito, é o direito que ele tem, constitucional, não discuto isso. A questão aqui é a seguinte: eu tenho, ao longo da minha caminhada, uma convicção, e eu acho que o Banco do Brasil não paga imposto; ganha muito dinheiro, fatura muito. Eu creio que todos aqui lêem muitos jornais do Centro do País e daqui, e vêem que os lucros dos bancos são estratosféricos!

Então, eu quero dizer que, com muita tranqüilidade, eu propus um Projeto de Lei que quer dar igualdade, isonomia; não quer nenhum benefício. Mas eu não vou dizer para os meus amigos da hotelaria, do setor gráfico, de trezentos outros setores da economia de Porto Alegre o seguinte: os senhores pagam 5%, mas os bancos pagam 2%, e está legal. Não! Mas eu respeito a decisão majoritária da Casa, e até acho que não vou lograr êxito na derrubada do Veto, mas fica a minha posição política, porque, às vezes, na política é assim: nem sempre uma derrota é uma derrota e nem sempre uma vitória é uma vitória. Eu acho que nós vamos continuar, há outras ações paralelas, Ver. Adeli, que nós vamos fazer. Nós vamos pedir os alvarás dessas empresas, dessas lojas de revenda de automóveis. Nós vamos pedir para ver se existe o alvará; já que atua, já que faz o faturamento aqui, será que tem alvará? Se não tem alvará, pode funcionar?

Então, nós achamos que temos coerência com aquilo que nós propusemos ao longo de uma caminhada, diferentemente do que eu fiz no setor da Informática, quando o PT era o Governo, e fui parceiro para ajudar a reduzir alíquota - no setor produtivo - de 5% para 3% dos recapeadores que tinham alíquota de 5% e estavam indo embora.

Agora, eu entendo que por justiça tributária os bancos têm de pagar a média daquilo que paga a maioria dos contribuintes desta Cidade, que é a alíquota de 5%. Por essa razão sustento que o Veto deveria ser derrubado, e, portanto, o Projeto de Lei poderia vigorar e a Cidade poderia, então, buscar mais arrecadação de quem pode pagar. Por que no Brasil, tristemente, quem mais paga imposto são os pobres, são os miseráveis; porque o imposto indireto é o mais injusto. E o imposto que está embutido no arroz, no feijão, na cerveja, no cigarro, no óleo é igual para o rico, para a classe média e para o pobre. Portanto, quem mais paga imposto neste País são os pobres. E eu acho que seria uma boa demonstração que esta Cidade poderia dar, dizendo qual é o seu lado, o lado do setor produtivo. Muito obrigado, Srª Presidenta.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar a votação do PLCL n° 025/05, com Veto Total.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, meus senhores e minhas senhoras; é fato corrente, é voz corrente que todos os dias nós vamos à tribuna dizendo que no Brasil nós cobramos impostos de forma excessiva, 40%. Eu acho que os bancos ganham muito dinheiro, sim. Mas há algumas coisas que precisam ser consideradas. A Governadora Yeda Crusius está mandando à Assembléia algumas alíquotas para que sejam rebaixadas, porque, com isso, pretende arrecadar mais. O Brasil inteiro está fazendo isso em outros Estados. Essa história do leasing é antiga na Casa do Povo de Porto Alegre. Era 5%, e, então, um dos bancos imediatamente retirou-se de Porto Alegre, se não me engano, para Canoas; e nós passamos a receber, dele, zero. Um outro ia se retirando quando nós fizemos aqui, o Ver. Luiz Braz fez um Projeto de Lei, nós pedimos a presença do Secretário da Fazenda, do Prefeito e chegamos a 2,5% e ainda retroagimos a data de validade dos 2,5% para que aquele banco não saísse de Porto Alegre.

Bem, passado algum tempo, não sei por que, na Administração petista, o ISSQN do leasing passou para 1% e ninguém reclamou. Aí veio a Lei que disse que não pode haver alíquotas menores do que 2%; então, o Ver. João Nedel e eu assinamos uma Emenda passando a alíquota de leasing para 2%. É claro que a Prefeitura precisa de mais recursos, é claro que o ISSQN que Prefeitura está prevendo para este ano está se realizando - ali, ali. Ela não vai querer perder recursos apenas porque quer agradar este ou aquele banqueiro; não, ela simplesmente tem a experiência de que aumentando para 5%, diminui a arrecadação, porque eles vão embora, eles trocam de endereço para outra cidade e os negócios continuam sendo feitos. Então, eu prefiro arrecadar 2% de R$1.000,00, que me dá R$20,00 do que arrecadar 5% de R$200,00 que me dá R$10,00; ou talvez nem os R$200,00 eu arrecade. Eu acho que a Câmara é sensata, tem que acompanhar os anseios do povo e diminuir alíquotas e não aumentá-las. Porque sempre quem paga, seja qual for a alíquota, é o consumidor! Não é o banqueiro, não é açougueiro, não é dono do supermercado; é o consumidor que paga. Portanto, a Exposição de Motivos do Prefeito para vetar, quando a Prefeitura precisa de mais arrecadação, quando o ICMS previsto para este ano é de 368 milhões e, em quatro meses arrecadou apenas 98 milhões, a Prefeitura não abriria mão de receita se pudesse arrecadar mais. Portanto, acho que o Veto do Prefeito está correto, deve ser aceito e não há por que continuar discutindo um fato que tem mais de uma dezena de anos nesta Casa, onde foi provado que a alíquota de 5% foi má para Porto Alegre. A alíquota de 2% é que está resolvendo o problema; e essa de 2% já foi 1%. Agora, eu acho que nós estamos no caminho certo e deve ser mantido o Veto do Sr. Prefeito, porque não tem sentido, de jeito nenhum, a Prefeitura querer abrir mão de receita quando lhe estão faltando recursos. Vejam que para recuperar o PAM-3 foi aberta uma verba de cem mil reais. Ora, quem tem tão pouco dinheiro vai abrir mão de um dinheiro? Não! Ele sabe que arrecada mais a 2% do que a 5%. Portanto o Veto do Sr. Prefeito deve ser aceito. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar a votação do PLCL nº 025/05, com Veto Total.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras; na minha Bancada nós somos em dois Vereadores - eu e o Ver. Claudio Sebenelo -, e com relação a esta matéria nós temos posições antagônicas. Eu, com toda a certeza, tenho lá os meus motivos, Ver. Sebenelo, para ser contrário ao Projeto apresentado pelo Ver. Sebastião Melo e favorável ao Veto apresentado pelo Sr. Prefeito Municipal, porque, no passado, Sebenelo, nós tratamos desta matéria exatamente para não permitir que as empresas de leasing saíssem - naquela época, as últimas empresas de leasing que sobravam - do Município de Porto Alegre. E eu me lembro que a última empresa que restava aqui era a Meridional Leasing. E nós, para mantermos a Meridional Leasing aqui, entramos em contato com o Prefeito Tarso Genro e combinamos com o Prefeito Tarso que o nosso Projeto - que nós já havíamos apresentado - pudesse ser aprovado com a unanimidade da Casa. Isso aconteceu, e a alíquota, naquela época, baixou para 2,5%. Depois, o próprio Prefeito Tarso Genro, numa outra oportunidade - já que ele foi Prefeito duas vezes na Cidade -, acabou baixando esta alíquota do ISSQN para 1%. Posteriormente, foi obrigado a mandar um outro Projeto para cá, levantando esta alíquota para 2%, porque esse era o mínimo permitido pela Legislação Federal. Então, esta é a história com relação ao ISSQN das empresas de leasing. Como o leasing é um tipo de operação que permite que o cidadão possa comprar bens imóveis e bens móveis, esse ISSQN que incide sobre o leasing, Ver. Ismael, quem vai pagar não são os bancos. Nós não estamos, na verdade, aqui, onerando os bancos ou dando uma despesa a mais para os bancos - porque nós sabemos que os bancos têm alta lucratividade -, quem vai pagar esse imposto é o consumidor! Isso vai ficar onerando o preço do automóvel, do eletrodoméstico, do imóvel, vai alterar o preço dessas aquisições que são feitas pelos consumidores; e os bancos ficam absolutamente isentos; para eles tanto faz! O cidadão tem que comprar, se ele acreditar que a forma mais fácil de aquisição é através do leasing. Eu já comprei bens através de leasing: uma vez estava absolutamente sem nenhum dinheiro e precisava comprar um carro, e comprei através de leasing. Eu me arrependi amargamente, porque acabei pagando muito mais do que o preço do carro que estava comprando. Mas, eu fui obrigado a fazer isso naquela época, porque era o meio que eu tinha para fazer a compra. Agora, se nós levantarmos o preço do imposto, colocarmos imposto a mais, as empresas ainda não têm definida pelo Supremo Tribunal Federal como que é a forma correta de pagamento desse imposto - se é pelo local onde está instalada a matriz ou se é onde se dá a operação. Ainda existe uma dúvida que está sendo discutida no Supremo Tribunal Federal. Então, nós, na verdade, não teríamos certeza se uma empresa pagaria o imposto aqui apenas pela operação, ou se ela vai pagar o imposto aqui porque ela tem a matriz sediada na cidade de Porto Alegre. Como aconteceu, por exemplo, com a Meridional Leasing, quando estava saindo para a Grande Porto Alegre, para pagar alíquotas menores na Grande Porto Alegre. Então, eu vou dizer para os Vereadores da Casa, que até por essa história que nós temos, ao lado de uma pessoa que eu admiro, porque tivemos trabalhos feitos juntos, inclusive esse do leasing, que é o Prefeito Tarso Genro, que trabalhou também no sentido de fazer com que essa alíquota do ISSQN do leasing pudesse baixar, nós vamos rejeitar o Projeto e vamos aceitar o Veto aposto pelo Sr. Prefeito Municipal.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para encaminhar a votação do PLCL n° 025/05, com Veto Total.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Srª Presidenta desta Casa; nobres colegas Vereadores e Vereadoras, nós já discutimos, hoje estamos encaminhando pelos Democratas, mas cabe fazermos uma complementação do raciocínio brilhante dos colegas Vereador Luiz Braz e Vereador João Antonio Dib. Vamos-nos colocar na cadeira do Prefeito, vamos imaginar que somos o Prefeito de Porto Alegre. Será que vetaríamos ou não? Se eu fosse o Prefeito, com certeza, vetaria, porque é uma responsabilidade administrativa muito grande a modificação da alíquota neste momento para o Município de Porto Alegre. À Secretaria da Fazenda encaminharam 80 autuações e pararam, porque a sucumbência é 20%. Agora, vamos imaginar que de 2% passe para 5%, e acontecesse de o Município perder, na Justiça, essa disputa, o quanto iria onerar ao nosso Município, neste momento, só em sucumbência, para os advogados dos banqueiros, fora as outras explicações. Aumentaria em 200%, 300% a dívida do Município. Quer dizer, ao invés de nós buscarmos impostos, estaremos levando os impostos embora e ainda estaremos pagando, de repente, uma conta grande aos advogados dessa pendenga judicial. Quer dizer, eu, tranqüilamente, se fosse Prefeito, também vetaria este Projeto. Gostaria, sim, que os banqueiros tivessem menos lucros, e acho que todos nós achamos isso, com certeza; para isso só há a medida de baixar os juros bancários neste País. Talvez, hoje, o Procon baixe em 0,5% o juro, mas tem que baixar 2%, 3%, porque o Brasil tem o juro mais caro do mundo! Aí é que está a grande falta de arrecadação do Poder Público. Se baixar esse juro, sim, vai haver uma circulação de moeda, arrecadando mais impostos para os Municípios e para o Estado. A União não precisa. A União tem 80%, tem dinheiro demais inclusive, está sobrando. O negócio lá é fazer “fervo” com Gautama, com Gutierres, com Mendes Júnior, seja lá o que for. Principalmente aqui no Município, neste preciso momento, enquanto não houver uma definição jurídica, eu encaminho e ponho meu voto pela manutenção do Veto. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para encaminhar a votação do PLCL nº 025/05, com Veto Total.

 

O SR. ADELI SELL: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; colegas Vereadores e Vereadoras, eu acho que o Vereador Democrata vive em outro planeta, porque não deve ter lido os jornais de hoje. Talvez leia os jornais de Washington, pela simpatia que provavelmente tenha para com o FED e com Bush. Se lesse os jornais brasileiros seria sincero nas suas intervenções, porque hoje o juro vai baixar 0,5%, coisa que durante o seu Governo - V. Exª pode ouvir, que eu sempre lhe ouço e não sou provocador. Eu sou sincero, falo as coisas que eu penso, aqui na tribuna e em qualquer lugar. E sustento. Não como V. Exª, que gosta de vir aqui gritar. Só porque é militar acha que tem uma patente superior à nossa. O que é isso, Vereador? O que é isso? A sua patente não lhe dá o direito de ser deseducado, porque V. Exª já está começando a ter uma fama, aqui, de querer mostrar no peito a sua patente de tenente. Isso, aqui, não conta. Aqui o que conta é a democracia e a participação. V. Exª tem que respeitar também, e não vir aqui dizer, por exemplo, que os advogados vão ganhar dinheiro. Se vão ganhar dinheiro, é pela incompetência da Prefeitura, porque nós temos a lei do ISS que manda pagar onde existe o ato, o ato de financiamento em Porto Alegre. Não é na China, que V. Exª admira, porque faz quinquilharia e enfia essas porcarias no Brasil. Não é nos Estados Unidos, cuja economia V. Exª defende, e que submete os países como sempre fez.

V. Exª tem que pensar no Brasil, V. Exª, que é Democrata e se diz nacionalista. Não parece, porque, na prática, quem está defendendo a economia de Porto Alegre somos nós. O senhor está defendendo 80 picaretas de Barueri, de Itapecerica da Serra, de São Paulo, e conhecemos esta gente, que agora aqui em Porto Alegre também têm sua sucursal. Onze foram presos na Serra Gaúcha, e nós já alertamos quem eram essas pessoas; esses o senhor defende. Então, o senhor tem que defender a economia do Rio Grande do Sul, quem faz seguro aqui, a empresa que está aqui instalada, isso temos que defender. Esse negócio, Ver. Sebastião Melo, eu disse aqui e sustento: se há 52 processos, são 52 picaretas; se há 80, são 80 picaretas.

Essa é a linguagem que o povo entende, porque não tem cabimento! Se eu for consertar o sapato na esquina, o sapateiro tem que pagar 5% de ISS se tirar a nota para a Prefeitura. Qual a razão? São 5% sobre este tipo de serviço, porque mudamos algumas coisas. Há serviços como o do sapateiro da esquina que pagam 5% de ISS, e há alguns setores daqui, Ver. Bernardino Vendruscolo - o senhor conhece um deles muito bem -, que deveria ser mais fiscalizado. Já conversamos sobre isso e sabemos, mas deixa, vamos ficar em cima porque vamos cobrar. Esse negócio de picaretagem em Porto Alegre não vai passar.

Vereador João Dib, o senhor já foi Prefeito, o senhor sabe que sem dinheiro nada se faz na Prefeitura, inclusive aumento de funcionário; então, temos que cobrar daqueles que devem. O que aconteceu? Foi feita, aqui, toda uma trambicagem, montada...

 

O Sr. José Ismael Heinen: V. Exª permite um aparte?

 

O SR. ADELI SELL: Não posso lhe conceder aparte, porque estou em encaminhamento. Não tem aparte. Gostaria de não ser atrapalhado pelo Ver. Ismael Heinen. Mais uma vez eu digo: o senhor está sabendo, pelo Regimento, que eu não posso dar aparte, então o senhor não fique me atrapalhando, porque eu vou continuar minha intervenção porque não tenho medo de patente nenhuma, nem de general, muito menos de tenente! O senhor não venha fazer as provocações que costuma fazer, porque daqui para frente o senhor vai ter outro tipo de postura da Bancada do PT, porque nós já enterramos a ditadura militar, ela não voltará na palavra do senhor aqui nesta Câmara. Nós estamos cansados deste tipo de coisa aqui nesta Câmara. A nossa Bancada vai manter a sua posição, vai votar favoravelmente e nós vamos derrotar os 80 picaretas; se não são 80, são 52. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN (Requerimento): Eu solicito que o nobre Vereador retire as ofensas à minha pessoa, da patente de tenente, isso não afeta em nada. Mas ele está usando de forma discriminatória patentes de irmãos de farda, profissão como qualquer outra em nosso País. Eu gostaria que fosse retirado dos Anais.

 

O SR. ADELI SELL: Eu não fiz ofensas a ninguém. Não retiro absolutamente nada. Tenho muito respeito às patentes, só que elas não podem ser usadas como são usadas aqui.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Esclarecido ao Plenário, de ambas as partes, Vereadores, assunto encerrado.

 

Em votação nominal o PLCL n.º 025/05. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO o Projeto, por 12 votos SIM e 11 votos NÃO, considerando-se mantido o Veto Total a ele aposto.

 

DISCUSSÃO GERAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. Nº 0982/06 - PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 002/06, de autoria do Ver. Dr. Goulart e outros, que altera a redação do caput do art. 51 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, estabelecendo que o período de reuniões da Câmara Municipal de Porto Alegre, independentemente de convocação, passa a ser de 15 de fevereiro a 15 de julho e de 1º de agosto a 3 de janeiro do ano subseqüente. Com Emendas nºs 04 e 05 e Subemenda nº 01 à Emenda nº 04.

 

Parecer:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela existência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto e da Emenda nº 01; Relator Ver. Nereu D'Avila: pela existência de óbice de natureza jurídica para a tramitação das Emendas nºs 01, 02 e 03;

 

Parecer Conjunto:

- da CCJ, CEFOR, CUTHAB e CEDECONDH. Relator Ver. Guilherme Barbosa: pela aprovação do Projeto, da Emenda nº 04 e da Subemenda nº 01 à Emenda nº 04.

 

Observações:

- discussão geral nos termos do art. 129 do Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia em 04-06-07;

- retiradas de tramitação as Emendas nºs 01, 02 e 03.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em discussão o PELO nº 002/06. (Pausa.) O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o PELO nº 002/06.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, não é a primeira vez que eu discuto esta matéria. Há meia dúzia de anos, eu apresentei o Projeto de Lei neste sentido e perdi por 21 votos contra cinco, sendo que alguns dos Vereadores saíram do Plenário para não votar.

Eu acho que, agora, nós temos de acompanhar a Assembléia Legislativa e o Congresso Nacional. Na Assembléia Legislativa e no Congresso Nacional, ocorre do dia 1º de fevereiro até o dia 15 de julho; e do dia 1º de agosto até o dia 20 de dezembro. Nós temos aqui propostas de fazer até o dia 31 de dezembro, o que não seria, de forma nenhuma, algo a ser apreciado, porque todos nós, querendo ou não, temos de cuidar do Natal, temos de cuidar do Ano-Novo, temos que visitar familiares, temos que visitar amigos, temos que visitar parentes, temos que cuidar das festas de fim de ano. Então, a Assembléia e o Congresso Nacional trabalham até o dia 22 de dezembro, e eu acho que se nós ficarmos iguais a eles, nós estaremos bem. Nós não precisamos ser melhores do que eles; nós apenas poderíamos fazer o mesmo que eles. Vamos diminuir o recesso e vamos ficar com apenas 55 dias. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

 A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PELO nº 002/06.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Srª Vereadora-Presidente, Maria Celeste; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, diante da enorme tarefa que o Parlamento e a sociedade brasileira têm para com este País, no sentido de dar um passo decisivo e importante na consolidação da democracia, que é, necessariamente, Ver. Dib, uma reforma política, e que, de preferência, deveria ser uma reforma constitucional, eu considero o tema da redução, da modificação do recesso parlamentar quase que uma perfumaria. Mas acho que, para o momento, ela é importante, mesmo considerando que a Casa, que o trabalho do Parlamentar, muitas vezes é bem mais relevante fora dos plenários, em reuniões com a comunidade, intermediando reuniões do Executivo com a sociedade, produzindo política pública, ao estimular, qualificar, com a presença do Vereador, do mandato, a participação da população no conhecimento e no controle da política pública. E, muitas vezes, Ver. Haroldo, nós fazemos isso melhor não aqui no Plenário. E eu acho que o Regimento da Casa ainda é um Regimento muito permissivo. Se os tempos de Plenário fossem destinados, de fato, para Projetos, eles seriam mais do que suficientes. Os nossos tempos de Plenário ainda são tempos para homenagens. Eu não entendo que o Pleno da Casa reunido deva ficar fazendo homenagens para a Cidade. Acho que o Pleno dos Vereadores deve se debruçar sobre os temas centrais a serem normatizados sobre o Orçamento da Prefeitura, sobre o Plano Plurianual, sobre legislação. Acho que a gente tem como qualificar e ganhar esse tempo, melhorando o nosso Regimento. A Verª Maria Celeste constituiu Comissão nesse sentido.

Mas eu entendo que a nossa verdadeira dedicação deve ser para este momento que vive o País, ao debate da reforma política. Não é possível que nós continuemos achando que esse sistema político, que induz à privatização dos mandatos, que induz e promove a fragilização de Partidos, que induz, através do seu sistema, que dificulta a governabilidade no País, induz a alianças para além de programas e projetos para o País, porque há um sistema individualista, porque há um sistema de campanha que prioriza, ou está subordinado aos efeitos de campanha, ao marketing, ao personalismo, à figura individual. As campanhas estão hoje pautadas, certamente, pelo poder econômico e, portanto, é um sistema que deturpa o voto popular. E esse sistema precisa ser enfrentado, o País não pode continuar apenas reagindo, tépida e fragilmente, às descobertas de corrupção, às maracutaias, aos desvios éticos dos mandatos que são resultado desse individualismo, desse poder econômico, dessa deformação da nossa Legislação, do nosso sistema eleitoral. E mais, não há saída para um país, na pura democracia representativa. Porto Alegre viveu e ensinou para o mundo; nós temos condições e devemos à humanidade avançar para uma combinação de democracia representativa e participativa, onde a população participe diretamente dos processos de decisões, do controle social, através de processos continuados e qualificados, e não de consultas populares em um dia do ano, não de meras votações despolitizadas, através de processos sérios de debate, como referendos populares, como um sistema federal de participação. Nós precisamos avançar, porque nesse sentido é só assim que se avança numa cultura democrática. Na verdade, nós somos resultado duma colonização que nos ensinou o patrimonialismo; os lusitanos vieram para cá e misturaram o público e o privado, e, até agora, nós não conseguimos construir outra lógica que diferencie, que proteja, que torne republicano, de fato, o que é público.

Então, esse tema do recesso, Verª Margarete, é menor; ele tem alguma importância, mas ele é bem menor do que a enorme tarefa que todos os Parlamentos, Ver. Oliboni, devem estar pautando, chamando a sociedade a construir. E eu encerro dizendo que não será desses Congressos, que são resultado dessa deformação eleitoral, que vai nascer um novo formato, um novo modelo, de fato, progressista. Só vai acontecer isso se a sociedade mobilizada produzir a mudança política neste País, do sistema político deste País. Já produziu em relação às campanhas reduzindo um pouco o custo pela indignação, mas é preciso uma produção, uma interferência organizada da sociedade. E é tarefa dos Parlamentos produzirem isso, induzirem a isso e fazer este País dar o passo que precisa na sua democracia.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PELO nº 002/06.

 

O SR. ADELI SELL: Cara Verª Celeste, colegas Vereadores, colegas Vereadoras, essa discussão do recesso deveria ter acontecido, na verdade, no ano passado. Havia uma proposição nossa, e o Ver. Nereu D’Avila tinha um Projeto do ano de 2005, se não me falha a memória, que tinha sido arquivado. Nós propusemos a diminuição no ano passado, mas a Mesa fez um apelo para que se fizesse um Projeto da Mesa tentando seguir um pouco os passos da discussão que estava ocorrendo na Assembléia Legislativa do Estado e no Congresso Nacional. Caminharam bem as discussões no Congresso Nacional e aqui, na Assembléia Legislativa do Estado, onde hoje nós temos recesso de 55 dias. Na verdade, eu sempre defendi que fosse de 30 dias.

Neste Projeto agora, temos apenas uma pequena diferença entre a proposição do Ver. Nereu e do Ver. Dib sobre a questão do recesso de julho e o recesso no final do ano. Nós estamos conversando, discutindo essa questão. Eu, pessoalmente, acho que é mais conveniente - junto à população, haverá uma compreensão maior dos nossos movimentos - a Emenda do Ver. Dib, que resguarda os 55 dias.

Também gostaria de insistir numa Emenda que apresentei, que, na verdade, o Partido dos Trabalhadores subscreve, e outros Vereadores têm simpatia por ela, pelo que eu já verifiquei, que é de que, no recesso, quando o fato relevante ocorrer, a Presidência da Casa for acionada, o Presidente de uma Comissão for acionado, ele possa chamar reuniões emergenciais das Comissões, só nesses casos de relevância, a partir, ou da Presidência da Casa, ou de uma Comissão. Então, eu queria, inclusive, chamar a atenção dos colegas Vereadores para essa Emenda que fizemos, porque a vida não pára, o cotidiano está aí trazendo os problemas. Este ano mesmo, no mês de janeiro, nós fizemos um conjunto de visitas, os Vereadores, articulados pela Presidência da Casa, com relação a questões da comunidade. E teria sido fundamental que as Comissões pudessem abrigar as demandas comunitárias como, por exemplo, uma ocupação, uma desocupação ou algum problema de maior gravidade da Cidade. As pessoas, às vezes, acham que o recesso é férias, é todo mundo sumindo; não é assim; a Câmara continua funcionando, ela tem um quadro fixo de servidores públicos, que normalmente dividem suas férias entre os meses de verão; os gabinetes também se articulam para o atendimento, e ninguém fecha as portas, pelo menos essa Câmara aqui não fecha suas portas, outras respondem pelos seus problemas, como foi o caso recente ocorrido na cidade vizinha de Sapucaia do Sul, e isso, sem dúvida nenhuma, nos envergonha profundamente. Mas eu creio que estamos caminhando bem para uma solução e temos que votar isso imediatamente, para que nós já possamos ter um novo tipo de recesso já no mês de julho. Se caminharmos por uma posição, encerramos os trabalhos no dia 5; na outra posição, dia 15. Eu, pessoalmente, me inclino pelo dia 15, mas a discussão está aberta. É a primeira discussão; haverá outras, e a votação será feita com toda a tranqüilidade. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Nereu D'Avila está com a palavra para discutir o PELO nº 002/06.

 

O SR. NEREU D'AVILA: Exma Srª Presidenta desta Casa, Verª Maria Celeste; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores; senhoras e senhores, na verdade esse é um tema recorrente sobre o qual os Vereadores têm se debruçado, e de vital importância para a Câmara Municipal de Porto Alegre, visto que a Assembléia Legislativa e o Congresso já reduziram os seus recessos. Então nós temos que seguir esse caminho que os demais Poderes já seguiram.

Na verdade, foi até, de certo modo, bom e importante que não votássemos no ano passado, porque o Projeto do ano passado, que agora está sendo emendado, teve um óbice na Comissão de Constituição e Justiça por ser iniciativa da Mesa, e a Mesa, nesse tema, não possui essa iniciativa; quem possui é um Vereador: com 11 assinaturas, mais a dele são 12 - então 1/3 da Câmara; a população, através de assinaturas; ou o Prefeito Municipal. Por isso atrasou, e, em atrasando, repito, veio a redundar em bom resultado, porque, pelo Projeto da Mesa, do ano passado, nós iríamos ter recesso até 15 de fevereiro, quando, na verdade, a Assembléia Legislativa, a Câmara Federal e o Senado extinguiram o recesso nesse período, iniciando os trabalhos legislativos no dia 1º de fevereiro. Então nós ficaríamos no descompasso da Assembléia e do Congresso, se aprovássemos o Projeto original da Mesa, do ano passado.

Agora o que pretendemos é que nós comecemos o recesso a partir de 3 de janeiro, porque, até 3 de janeiro, nós, todos os anos, tomamos posse ou recomeçamos as sessões legislativas. Tomamos posse no primeiro ano da Legislatura, e a Lei Orgânica exige que, no primeiro ano da Legislatura, a posse seja dia 1.o de janeiro. Portanto nós acolhemos essa determinação da Lei Orgânica.

A novidade da proposta aprovada pelas Comissões Conjuntas é que nós teremos, até o dia 5 julho, trabalhos, ou seja, na verdade o recesso será de 6 de julho até 31 de julho, e depois, de 4 de janeiro até 31 de janeiro, somente esses dois meses, que vão dar, em números redondos, 54 dias de recesso, menor recesso do que a Assembléia Legislativa, que é 55, e menor do que a Câmara dos Deputados e o Senado Federal. E adaptamos também aquilo que, de costume, nós temos todos os anos observado nesta Casa: nós tínhamos o recesso a partir de 15 de dezembro, mas sempre, ou nós nos autoconvocávamos, porque ficavam matérias importantes não-votadas durante o ano, ou o Prefeito nos convocava, como nos convoca muitas vezes, porque matérias do âmbito do Executivo ainda têm, ao final do ano, de ser votadas. Já que ficávamos com sessões extraordinárias a partir do 15 de dezembro até 30 de dezembro, agora nós ficaremos com sessões normais até o fim do ano. Portanto nós adaptamos aquilo que nós já estamos fazendo praticamente todos os anos, e repito: em julho, nós iríamos até 5 de julho, e assim completaríamos um número de dias de recesso menor do que a Assembléia Legislativa. Isso vem se coadunar com os dias atuais que estamos vivendo, e, diferentemente da Câmara dos Deputados e do Congresso Nacional, que trabalham três dias por semana, nós aqui trabalhamos exatamente o contrário, trabalhamos todos os dias da semana. Por quê? Porque nós temos sessões nas segundas, quartas e quintas-feiras, e, nas terças e sextas, temos as Comissões permanentes, seis Comissões permanentes. De modo que o nosso trabalho é incessante, e por isso entendo que a proposta vem se adaptar, primeiro, ao que já vem ocorrendo, repito, em dezembro; e segundo, vem se coadunar com os novos tempos que o País vive e que já está sendo observado pela Assembléia e pelo Congresso Nacional. Obrigado, Srª Presidenta.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PELO nº 002/06, por cedência de tempo do Ver. Carlos Todeschini.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Srª Presidenta, eu volto à tribuna e agradeço ao Ver. Todeschini, porque entendo que, em vista das novas Emendas, nós devemos amadurecer alguns temas. Eu quero aqui relembrar os Governos da Administração Popular, em que nós chegávamos ao final do ano - e não foi uma, nem duas vezes, Ver. Guilherme - e fazíamos reunião com o Prefeito às sete da manhã, para construir, com a presidência da Câmara, uma série de Sessões Extraordinárias, construir acordos, Ver. Dib, e votar, depois do dia 15 de dezembro, projetos importantes como o IPTU, que tem que ser votado num ano, para ser aplicado no outro, bem como projetos de Vereadores.

Eu tenho acordo, a minha Bancada ainda vai discutir melhor. Como é esse o momento da discussão, Ver. Adeli, peço permissão para levantar a minha posição, mas, como Bancada, vamos amadurecer. Eu sempre acho que, ao final do ano, os projetos estão mais prontos para votação, e já vivi por vários anos a grande dificuldade, Ver. Braz, de encontrar uma forma de todos os projetos dos Vereadores, democraticamente, serem votados antes do final do ano parlamentar. Isso normalmente vai acontecer. Não tem como acontecer lá em julho. Não tem como acontecer antes. Isso acaba acontecendo no final do ano parlamentar, assim como projetos que o Governo amadurece. Então, chega lá em novembro, nós estamos discutindo. Bem, é só mais um Projeto por Vereador, mas nós somos 36, e aí é que, na pressão, o Governo, muitas vezes, amadurece sua posição, explicita sua posição, dá um parecer técnico, e aí viabiliza determinada lei. Esse tempo é um tempo importante, e eu entendo que é um tempo nobre, Ver. Dib. Muitas vezes há semanas inteiras cheias, como a semana entre o Natal o e Ano-Novo, e nós garantimos trabalho, nesta Casa, nas Sessões Extraordinárias. Eu tendo a achar que é mais positivo evitar aquela série de burocracias para chamar uma Sessão Extraordinária, e a divulgação, para tentar resolver questões de fim de ano, que sempre aparecem, e é o momento de culminância do ano parlamentar. Então, eu não acho que se presta ao “recesso branco”, que parlamentar que é sério... Muitas vezes eu não estou na Sessão o tempo inteiro; às vezes eu acho que estou despotencializada aqui na Sessão, porque há uma série de debates antes, que não é horário... Se eu tenho uma reunião, se eu tenho uma representação para fazer, eu a faço, porque acho que isso é legítimo. Parlamentar que é sério não falta simplesmente ao trabalho no sentido de estar respondendo pelo seu trabalho.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Nobre Verª Sofia Cavedon, é preciso notar que, muitas vezes, antes das quatro horas e meia de tempo da Sessão, nós não temos mais quórum. Se nós mantivermos o quórum durante as quatro horas e meia, nós não teremos acúmulo no fim do ano. E quando o Prefeito manda, numa convocação extraordinária, um projeto de lei, ele tem um outro rito de votação: nós podemos votar em dois dias, coisa que não pode acontecer com projetos que, ao longo do ano, deixamos passar porque não quisemos chegar até o fim da Sessão.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Ver. Dib, V. Exª conhece melhor do que eu o Regimento, mas eu já aprendi que, quando se quer votar um Projeto, se chamam, no mesmo dia, três Sessões Extraordinárias, se chama Reunião Conjunta e se vota muito rápido. Então, não é preciso que tenha o caráter de sessão convocada especialmente para isso. O que eu quero dizer também, Ver. Dib, dialogando com V. Exª, é que nós não podemos legislar no pressuposto de que nós temos Vereadores que não vêm trabalhar, que não têm compromisso com os temas que estão em questão. Eu acho que nós temos que nos perguntar quantos temas importantes realmente justificam estarmos aqui, e se nós não temos que melhorar o nosso Regimento no sentido de que as Reuniões sejam deliberativas, consistentes, de qualidade de intervenção, de compreensão melhor de todos os Vereadores. Por exemplo, nós, no ano passado, fizemos vir aqui várias vezes, e também neste ano, Secretários, e à vezes passamos a tarde inteira discutindo um tema. E acho que esses momentos são muito produtivos, são momentos fortes. Está marcada Audiência Pública sobre o Socioambiental agora, para o dia 14, Vereadora-Presidente; quero parabenizá-la, pois tem atendido a todas as demandas populares. Ora, uma Audiência Pública sobre o Projeto Socioambiental, com a comunidade falando, com os Vereadores se manifestando, é muito mais rica, produz muito mais para a comunidade do que, às vezes, uma Sessão como a que estamos aqui desenvolvendo.

Então, parece-me que a nossa Câmara tem encontrado importantes instrumentos para ser sensível à sociedade. Eu ainda sou mais favorável à proposta que o Ver. Nereu faz com relação ao recesso. Acho que garantir este fim de ano, quando a gente pode dar conta dos Projetos e dar conta das emergências do Executivo, é mais responsável para com a Cidade.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PELO n.º 002/06.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Vereadora-Presidente, Maria Celeste; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, Verª Sofia Cavedon, eu acho as Reuniões da Câmara importantes, Verª Sofia. Eu acho que nós temos que cada vez tornar as Reuniões da nossa Câmara mais importantes, eu acho que é por isso que nós vimos para cá todos os dias; temos obrigação de estudar os Projetos, temos obrigação de defender a sociedade aqui através das intervenções que fazemos na Câmara Municipal. Então, eu acho que uma Audiência Pública é algo importante – e é realmente importante –, mas nós não podemos fazer uma comparação dizendo que a Audiência Pública é mais importante do que a Reunião na Câmara Municipal. Acho que as duas coisas são igualmente importantes e fazem parte daquela representação que nós fazemos aqui da sociedade. Mas o recesso vem sendo discutido há muito tempo, e eu acho, Ver. Nereu D’Avila, que, independente da Emenda que vai ser aprovada - a de V. Exª ou a do Ver. João Dib -, o importante é que nós estejamos mais ou menos dentro daqueles padrões que foram desenhados tanto lá pelo Congresso Nacional como aqui pela nossa Assembléia Legislativa. Aliás, essa discussão já foi iniciada há mais tempo, há um ou dois anos a gente vem discutindo sobre a necessidade de fazer uma redução com relação ao recesso. Mas não se trata de que o recesso seja um período de férias para os Vereadores, e aqueles Vereadores que interpretam assim normalmente não se elegem ou não se reelegem, porque, afinal de contas, todos os Vereadores são submetidos a um pleito de quatro em quatro anos; é o povo que começa a dizer se aquele Vereador, aquele seu representante deve continuar ou não. Assim sendo, eu não conheci nenhum Vereador que tenha encarado o recesso como férias e que tenha continuado aqui na Câmara Municipal, muito embora, é claro, nem todos os Vereadores que não continuaram aqui na Câmara Municipal, que não tiveram seqüência de mandatos, tenham sido aqueles que assim procediam.

Mas tanto faz o tempo normal das reuniões da Câmara, o chamado ano Legislativo, como também o período de recesso, porque aqueles Vereadores que querem trabalhar acabam trabalhando em qualquer período. Ver. Elói, existem recessos em que eu acabo trabalhando, acredito, mais do que no período normal. E posso dizer, com absoluta certeza, sem medo de errar, que sou um dos Vereadores que, todos os dias, vem a este plenário para fazer os debates ou para ouvir os debates feitos pelos companheiros, os outros Vereadores que vêm aqui para também fazer a defesa do seu mandato.

Mas, quando falamos na redução do mandato, primeiramente antes, inclusive, de o Congresso Nacional fazer a sua redução e depois de o Congresso Nacional fazer a sua redução, eu acho que depois foi praticamente uma obrigação, porque já que o Congresso fazia essa redução e também era acompanhado pela Assembléia Legislativa, nós éramos obrigados também aqui, como entidade que faz parte deste processo democrático, neste nível de poder em que estamos, que é o nível Municipal, tínhamos obrigação de também fazer essa redução. Mas, Ver. Nereu D’Avila, acho que vou até perder, desta vez, com relação ao voto que vou dar; sei que a Emenda de V. Exª é interessante, porque V. Exª quer unir o ano Legislativo com aquele dia em que nós temos de vir aqui votar a renovação da Mesa. Mas acho que a Emenda do Ver. João Antonio Dib é mais coerente com aquilo que vem acontecendo na Casa, nos últimos tempos. Quando vai chegando a véspera do Natal, é muito difícil que nós encontremos Vereadores aqui, na Câmara Municipal, e eu sou um Vereador que venho todos os dias.

Então, é mais fácil nós fazermos com que prospere a Emenda do Ver. João Antonio Dib - fazendo com que o ano Legislativo vá até o dia 22 de dezembro e, depois, seja retomado no dia 1.º de fevereiro, do que, na verdade, a Emenda, que também é sábia, do Ver. Nereu D’Avila... Mas eu prefiro a do Ver. João Antonio Dib que leva até o final do ano para que a gente possa emendar aquele dia em que a gente tem que vir aqui para votar a renovação da Mesa. Assim eu quero anunciar o meu voto: voto no Projeto do Ver. Dr. Goulart, voto também na Emenda do Ver. João Antonio Dib, porque acredito que é uma Emenda mais coerente com aquilo que já acontece aqui na nossa Casa.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Queremos, em nome da Mesa Diretora, saudar o Ver. Dr. Raul pelo seu aniversário no dia de hoje e entregar-lhe o cartão de felicitações. (Palmas.)

(Procede-se à entrega do cartão.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Não há mais nenhum Vereador inscrito para discutir a matéria, encerramos a sua discussão na Sessão de hoje e iremos retomá-la na próxima Sessão, uma vez que este Projeto, por ser Emenda à Lei Orgânica, necessita de três Sessões para discussão.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 5562/06 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 096/06, de autoria da Mesa Diretora, que cria a Função Gratificada de Chefe do Setor de Sonorização e extingue a Função Gratificada de Operador de Sonorização do Plenário do Quadro de Cargos em Comissão e Funções Gratificadas, estabelecido pelo art. 20 da Lei nº 5.811, de 08 de dezembro de 1986, e alterações posteriores, que estabelece o Sistema de Classificação de Cargos e Funções da Câmara Municipal de Porto Alegre e dá outras providências.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Almerindo Filho: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. Adeli Sell: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82,  § 1º, III, da LOM;

- incluído na Ordem do Dia em 04-06  107.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em discussão o PR n.º 096/06. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 26 votos SIM.

Registro a intenção de voto do Ver. Ervino Besson.

 

REQUERIMENTO - VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

REQ. Nº 065/07 – (Proc. Nº 3337/07 – Verª Sofia Cavedon) – requer Moção de Solidariedade aos municipários, pela reabertura das negociações com o Governo. (incluído em 28-05-07)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em votação o Requerimento nº 065/07, de autoria da Verª Sofia Cavedon. A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 065/07.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Srª Presidenta, solicito verificação de quórum.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Presidenta, eu solicito a sensibilidade do Ver. Professor Garcia, em função de eu já ter me manifestado no sentido de encaminhar a matéria. Eu gostaria que a verificação de quórum fosse feita após o meu encaminhamento. Solicito ao Vereador se há essa sensibilidade, porque, neste momento, os municipários estão muito perto daqui, aguardando uma posição para que a Câmara auxilie nas negociações. Acho muito ruim a Câmara de Vereadores se omitir, e principalmente tirar o quórum no momento em que a categoria aguarda manifestação dos Vereadores desta Cidade, sendo que há 15 dias a Cidade está com uma greve, prejudicando os serviços e a população.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Eu entendo a indignação da Vereadora, só que - a Vereadora, inclusive, nos acompanhou, nesta segunda-feira -, a nossa Comissão, a CEFOR fez uma reunião com os membros da Comissão - a Verª Sofia participou -, com o SIMPA e o Executivo. Então, Vereadora, é por isso que nós nos retiramos.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Eu queria argumentar no sentido de sensibilizar esta Casa, pois temos quórum, todos os Vereadores da situação e da oposição estão nesta Casa, quero endossar a proposta de que permaneçamos aqui para receber os municipários, independente da posição de cada um, mas por uma questão de respeito pela democracia que nós lutamos tanto para conquistar. Estamos solicitando que não seja feita, neste momento, a verificação de quórum, porque, na verdade, a Cidade de Porto Alegre sabe que existe quórum nesta Casa.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, a missão da Câmara não é dar solidariedade a um ou outro lado; a missão da Câmara é de buscar conciliação e através da Comissão de Finanças nós estamos tendo isso. Eu acho que nós estamos no caminho certo.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Por gentileza, a segurança pode abrir a porta desde que entrem de forma ordenada, gente! Calma! Os senhores são bem-vindos a esta Casa, por gentileza ocupem as cadeiras. Senhoras e senhores, todos são muito bem-vindos a esta Casa, ocupem as cadeiras, nós estamos numa Sessão Plenária, estamos discutindo alguns Projetos importantes para a Cidade. Por gentileza, com calma, com tranqüilidade.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Srª Presidenta, eu faço novamente um apelo ao Ver. Garcia, mesmo reconhecendo que a CEFOR fez uma reunião contribuindo, sim, para o avanço das negociações. Também V. Exª, Srª Presidenta, já recebeu os municipários, já se reuniu com o Prefeito, em vários momentos esta Câmara intermediou negociações, mas acho que retirar o quórum neste momento sem formalizar ao Prefeito a intenção da Câmara... Que o Poder Executivo negocie de fato e consiga, portanto, dar um encaminhamento, deixando de prejudicar a Cidade, Ver. Garcia, senão, será muito complicado. Acho que devemos enfrentar o debate e colaborar neste momento extremamente delicado da relação entre os municipários e o Poder Executivo. Srª Presidenta, faço este apelo novamente ao Ver. Professor Garcia.

 

(Alguns municipários grevistas ocupam as galerias do Plenário Otávio Rocha.)

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Srª Presidenta, diante da controvérsia em relação à solicitação de verificação de quórum proposta pelo Ver. Professor Garcia e também diante da presença dos municipários aqui nesta Câmara, já que nós, como Câmara, já tratamos, já os recebemos, já fizemos os apelos necessários para que o Poder Executivo retome às negociações, queria sugerir à Mesa que suspenda os trabalhos neste momento, reúna as Lideranças e a Mesa para receber os municipários durante a suspensão da Sessão para que os municipários possam dar o relato à Presidência da Câmara, aos Líderes dos Partidos sobre as negociações com a Prefeitura e a intervenção que a Câmara possa fazer neste momento para apoiar a greve dos municipários e a retomada das negociações com o Poder Executivo.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Srª Presidenta, quero reafirmar a posição do PCdoB de que se mantenha a Plenária com os trabalhos normais ordinários desta Casa e, ao mesmo tempo, até porque temos Vice-Presidente, temos quórum nesta Casa, que se mantenha a Sessão Ordinária e que V. Exª receba as lideranças para tratarmos das negociações como temos feito nesta Casa. Obrigada.

 

 A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Senhoras e senhores, esta Casa os recebe com muita alegria, estamos em uma Sessão Plenária. Por favor, pediria que não usassem os apitos dentro do plenário. Estamos em uma Sessão Plenária tentando encaminhar os trabalhos e gostaria da compreensão de todos os senhores. Todos são muito bem-vindos, há lugares, as poltronas estão vazias. Eu acato a sugestão do Ver. Marcelo Danéris. Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 16h55min.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste – às 17h05min): Estão reabertos os trabalhos. As senhoras e os senhores são muito bem-vindos à nossa Casa, à nossa Câmara Municipal. Pedimos, por gentileza, a compreensão dos senhores. Esta Casa tem alguns ritos regimentais e necessitamos de um pouco mais de silêncio para dar continuidade à nossa Sessão. Eu pergunto às Lideranças se há algum acordo, porque estávamos, justamente, em um impasse em cima do registro de quórum.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, no dia 28 de maio, a Verª Sofia Cavedon solicitou um Requerimento para Moção de Solidariedade aos municipários pela reabertura das negociações com o Governo, e esta reabertura foi feita através da Câmara, que deve conciliar, sim, na Comissão de Finanças. E o Secretário se prontificou a voltar, se fosse necessário. Então, eu quero sugerir a V. Exª, como autoridade maior da Casa, como autoridade maior do Poder, que faça um contato com S. Excelência o Sr. Prefeito, e veja o que podemos fazer, porque não adianta estar fazendo reuniões e mais reuniões. Então, eu sugiro a V. Exª que faça um contato com o Prefeito Municipal. (Palmas.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Senhoras e senhores, por gentileza, muita calma nesta hora, nós já estamos... (Tumulto nas galerias.) Nós estamos com a lotação esgotada nesta Casa. Permitimos que todos os senhores e todas as senhoras adentrassem ao plenário, então nós precisamos da compreensão de todos os senhores e senhoras. Esta Câmara tem se posicionado, sempre, para ajudar a encontrar um canal de negociação junto ao Governo Municipal e não nos furtaremos desta nossa posição. Penso que a posição que o Ver. João Antonio Dib coloca, neste momento, deve ser acatada pela Mesa Diretora, e, para tanto, nós suspenderemos a Sessão até o contato com o Sr. Prefeito. Solicito que os senhores aguardem pacientemente. 

 

(Suspendem-se os trabalhos às 17h08min.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste – às 18h01min): Estão reabertos os trabalhos da presente Sessão. Senhores e Senhoras, pedimos a compreensão. Estivemos, agora, em reunião com a representação do Sindicato, com os Vereadores, Lideranças desta Casa e esta Presidência e conseguimos marcar, neste momento, uma reunião com o Sr. Prefeito Municipal de Porto Alegre, mais o Sr. Clóvis Magalhães, Secretário de Gestão, e o Secretário Busatto. Portanto, uma comissão de seis Diretores do SIMPA e cinco Vereadores desta Casa. Estaremos nos deslocando, neste momento, para a Prefeitura Municipal de Porto Alegre para tentarmos avançar na proposta dos senhores e senhoras.

 

(Manifestação nas galerias.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Portanto, nós estamos encerrando os trabalhos da Sessão de hoje.

Os senhores, se quiserem permanecer aqui para aguardar o retorno da comissão, são muito bem-vindos ao Plenário. Fiquem à vontade. Se entenderem de se deslocar para outros locais, sem problema. Estou colocando a Câmara Municipal à disposição dos senhores, se assim desejarem. Muito obrigada.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h02min.)

 

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